Euribor continuam a baixar com taxa a seis meses abaixo dos 4,4%

As taxas Euribor continuam a baixar, pela 24ª sessão consecutiva. No prazo a seis meses, o mais usado em Portugal como indexante dos contratos de crédito à habitação, a taxa caiu para os 4,345%.

Mas é a taxa a três meses que continua a registar sucessivos mínimos. Com a queda desta sessão, para 4,286%, esta taxa segue agora no valor mais baixo dos últimos 15 meses, ou seja, voltou aos valores que se registavam antes de ter rebentado a crise do subprime.

Por seu lado, a Euribor a doze meses desceu para 4,412%.

Recorde-se que as Euribor são taxas comerciais e interbancárias, ou seja, além de serem as taxas cobradas pela banca nos empréstimos cedidos aos clientes, são também as usadas pelos bancos nos empréstimos que cedem uns aos outros. A escalada destas taxas depois de ter rebentado a crise financeira deveu-se sobretudo ao facto de os bancos terem ficado com problemas de liquidez e se terem visto forçados a recorrer a empréstimos junto dos seus pares. O excesso de procura, associado ao receio de incumprimento, levou os bancos a apertarem os critérios de concessão, o que acabou por fechar o mercado de crédito interbancário.

Só as medidas concertadas dos vários Governos e do próprio Banco Central Europeu (BCE), que passaram por garantias estatais aos créditos contraídos pelos bancos, e por fortes injecções de liquidez no mercado financeiro, permitiram o regresso à progressiva estabilização da situação.

As Euribor estão agora a seguir também a tendência da taxa de referência do BCE, que sofreu em apenas um mês dois cortes substanciais, de 50 pontos base cada. A taxa está agora nos 3,25% e, apesar das 24 quedas consecutivas registadas pelas Euribor, estas taxas continuam muito acima da taxa directora. Quer isto dizer que o mercado de crédito ainda não está a funcionar a 100% e que os cortes ainda não estão totalmente reflectidos. Para além disso, as Euribor contam ainda com outro factor que pode beneficiar as suas descidas: as expectativas de novas descidas da taxa de referência.

Os analistas acreditam que em Dezembro o BCE optará por uma nova descida da taxa, e que outra se seguirá no primeiro trimestre do ano que vem, sendo que, ao longo de 2009, a taxa directora deverá recuar até aos 2%.