BCE corta previsão de crescimento e eleva a de inflação - TVI

BCE corta previsão de crescimento e eleva a de inflação

União Europeia

Descida das taxas de juro difícil para já mas mais provável no decurso do ano

Relacionados
O Banco Central Europeu (BCE) reviu esta quinta-feira em baixa as suas previsões de crescimento económico da Zona Euro para 2008, de 2,1% para 1,8%.

No seu Boletim Mensal, a instituição eleva ainda a previsão para a taxa de inflação, dos anteriores 2% para 2,5%. Uma forte revisão em alta, que impossibilita para já um corte das taxas de juro, já que o banco não quer ver ameaçada a sua principal meta: a estabilidade dos preços.

Recorde-se que o tecto estabelecido pelo BCE para a taxa de inflação, conivente com este objectivo de estabilidade de preços, era de 2%. Um valor que há muito tempo não é conseguido e que os economistas do BCE estimam que só voltará a ser atingido a mais longo prazo.

No entanto, a previsão do BCE tem implícita uma desaceleração da inflação na Zona Euro, já que em Janeiro atingiu os 3,2%, um valor historicamente elevado. À medida que este abrandamento se for verificando, tornar-se-á mais fácil uma redução das taxas de juro.

Abrandamento económico e incerteza elevada

O Banco Central Europeu reconheceu esta quinta-feira a existência de um nível particularmente elevado de incerteza sobre as perspectivas de crescimento da Zona Euro.

A instituição refere também ser possível que a evolução registada pelos mercados financeiros (devido à crise desencadeada pelo crédito de alto risco) tenha um forte impacto sobre as condições de financiamento, ou seja, sobre a concessão de crédito.

O BCE mostra-se mais preocupado com as ameaças ao crescimento económico. «Apesar de os fundamentais económicos da Zona Euro serem sólidos, os últimos dados confirmam que os riscos para o cenário da actividade económica apontam para a baixa», refere o documento.

Os riscos referidos prendem-se sobretudo com a possibilidade de a evolução dos mercados financeiros ter um impacto maior do que o previsto sobre as condições de financiamento e sobre o clima económico, o que poderia afectar negativamente o crescimento mundial e, claro está, também o da Zona Euro.

Mas existem ainda outros riscos, que advêm da possibilidade de novas subidas do peço do petróleo e de outras matérias-primas, além da preocupação com políticas proteccionistas.
Continue a ler esta notícia

Relacionados