Gripe das aves: 70 mil patos abatidos - TVI

Gripe das aves: 70 mil patos abatidos

  • Portugal Diário
  • 26 set 2007, 11:47

Duas explorações tinham aves afectadas com o vírus H5N2

O abate de patos nas duas explorações sequestradas no dia 12 de Setembro, após detecção de casos do vírus H5N2 da gripe aviaria, vai prosseguir até ao final da semana, tendo sido, até ao momento, mortas 70.200 aves.

Fonte que tem acompanhado o processo disse hoje à agência Lusa que foi decidido fazer mais uma pausa, hoje e quinta-feira, para retomar os abates «por mais um ou dois dias», num derradeiro esforço para tentar chegar às 90.000 aves referenciadas como existentes nas duas explorações.

Segundo disse, depois da pausa de dois dias feita sexta-feira e sábado, no domingo foram abatidas 10.000 aves, tendo o número de abates voltado a baixar nos dias subsequentes, pelo que foi decidida nova pausa.

A fonte adiantou que os resultados das análises aleatórias que têm vindo a ser feitas às aves mortas revelaram «mais alguns casos» de H5N2, «mas não de forma disseminada, nem sequer da ordem das dezenas».

Por outro lado, assegurou que não foi detectado nenhum caso nas cinco explorações abrangidas pela área de segurança de um quilómetro definida pelas autoridades sanitárias.

As duas explorações sequestradas, pertencentes à empresa Caça Brava, situadas a escassos 100 metros uma da outra, nos concelhos de Tomar e Vila Nova da Barquinha, tinham cerca de 90.000 patos, 80 por cento dos quais estariam já vendidos a associações de caçadores espanholas.

A fonte adiantou que, tratando-se do primeiro abate desta dimensão (uma das pateiras sequestradas, com cerca de 200 hectares, é a maior da Europa), o processo permite retirar alguns «ensinamentos» para situações futuras, como «a certeza de que não é uma acção estritamente da área da veterinária».

«Uma operação deste tipo, como se percebeu, tem outra envolvência, claramente de protecção civil, pelo que os próximos planos de contingência terão que ter isso em atenção», disse, explicitando que, ao contrário de um sequestro e abate tradicionais, em que a operação decorre em pavilhões fechados, neste caso está-se perante aves selvagens que não estão em cativeiro.

O abate de todos os animais das explorações onde sejam detectadas variantes da gripe aviaria só se tornou obrigatório este ano, através de uma norma comunitária de Abril último.

As aves estão a ser abatidas com recurso a CO2 sólido, que permite o adormecimento antes de serem mortas, «para evitar sofrimento aos animais», e têm sido colocadas em sacos, nos quais é metida cal, e depois enterradas em valas abertas na exploração.

A variante detectada em duas aves destas explorações numa acção de rotina do Plano de Vigilância da Gripe Aviaria, o H5N2, não é prejudicial para o ser humano.
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