Professores gostaram do discurso de Cavaco

O secretário-geral da Fenprof mostrou-se esta sexta-feira satisfeito com a escolha pelo Presidente da República do tema «Educação» no discurso do 5 de Outubro e pela mensagem que deixou da necessidade de prestigiar os professores, refere a Lusa.

«Foi com satisfação que vimos a escolha deste tema por parte do Presidente da República» disse Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof).

O discurso de Cavaco Silva incluiu uma «referência elogiosa aos professores», notou Mário Nogueira, com o presidente a sublinhar que é importante tratar os professores com dignidade e que eles sejam acarinhados.

«O governo tem tratado os professores como um estorvo», criticou o sindicalista da Fenprof, pelo que seria bom que, depois deste discurso do Presidente da República, o governo passasse a «agir de outra maneira».

O Presidente da República propôs hoje um «novo olhar sobre a escola», uma escola ligada à comunidade, em que os pais estejam envolvidos de forma mais activa e participante e em que a figura do professor seja prestigiada.

«A edução é neste momento uma preocupação», afirmou Mário Nogueira, porque a edução «é um dos graves problemas» que a sociedade portuguesa enfrenta e o discurso de Cavaco Silva espelha isso.

Os professores têm de fazer parte das mudanças e estas não devem ser feitas contra eles, acrescentou ainda o sindicalista, lembrando que nem sempre os professores têm sido tratados com dignidade.

FNE manifesta «inteira concordância»

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) manifestou «inteira concordância» com a mensagem do Presidente da República, que propôs «um novo olhar sobre a escola», apelando a que «se respeite e acarinhe a figura do professor».

A mensagem de Cavaco Silva, proferida no âmbito da comemoração dos 97 anos da implantação da República, coincidente com o Dia Mundial do Professor «acaba por corrigir de alguma forma a desvalorização da tutela» relativamente à imagem do professor e dos sindicatos segundo a FNE.

«É preciso não esquecer que o Presidente da República pediu estabilidade na classe docente e disse que o país não pode estar a corrigir constantemente as suas políticas. Não nos parece que este seja um elogio ao Governo, como veio a comentar o primeiro-ministro, mas antes um alerta para que toda a comunidade passe a ver na escola e na imagem do professor o exemplo e a referência que entretanto se vai perdendo», acrescentou a FNE em comunicado, hoje divulgado.