Prisa nega razões políticas na escolha de Pina Moura - TVI

Prisa nega razões políticas na escolha de Pina Moura

Manuel Polanco

O grupo espanhol Prisa, principal accionista da Media Capital com 73,7% do capital, nega a existência de razões políticas ou ideológicas para a escolha de Pina Moura para membro do Conselho de Administração da empresa.

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Em conferência de imprensa, após a realização da Assembleia-geral do grupo de media em que Pina Moura e José Lemos foram eleitos para o Conselho de Administração e antes de uma reunião do mesmo em que Pina Moura será, muito provavelmente eleito presidente, o administrador delegado do grupo, Manuel Polanco, explicou as razões da escolha.

«São pessoas que nos estão próximas e cujo perfil profissional pensamos que pode ser muito importante e ajudar muito no desenvolvimento da empresa», disse

Estes são «dois membros num Conselho de Administração de nove. Vamos trabalhar conjuntamente e nenhum membro é mais importante que os outros».

Quando questionado acerca de motivações ideológicas nesta escolha, limitou-se a dizer que «ideologia é algo que sempre se tem e é difícil de anular. Mas as razões da nossa escolha prendem-se com o facto de ser uma pessoa aberta, europeísta, com uma visão moderna do Mundo».

Ligações à alta finança e à política são vantagens

No entanto, admitiu que as grandes vantagens do nome escolhido são as suas «ligações à alta finança e alta política».

Pina Moura exercia até recentemente o cargo de deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista (PS), do qual se demitiu para poder aceitar o convite da Prisa. Questionado se as ligações do novo administrador ao PS tinham influenciado a sua indicação, Polanco disse: «não especialmente. Não é por essa razão que escolhemos os membros do Conselho de Administração, não perguntámos aos outros membros qual o seu perfil político».

Quando lhe foi perguntado se haveria uma relação próxima entre o grupo em Portugal e o Partido Socialista, o administrador-delegado garantiu que «não queremos fazer mudanças fundamentais em Portugal».

Do mesmo modo, também o administrador-delegado da Prisa, Juan Luís Cebrián, explicou que conhece Pina Moura há anos e que o tem como «um bom amigo pessoal, com prestígio na opinião pública e no mundo empresarial».

De resto, sublinhou, Pina Moura afigura-se como a pessoa «adequada para encabeçar» a estratégia da Prisa, que se foca na dimensão ibérica, na aposta na América Latina e numa visão europeísta.

Para Cebrián, a polémica em torno das ligações ao PS é «marginal. Trabalhamos com pessoas de todas as ideologias políticas, temos outras pessoas que exerceram anteriormente cargos políticos noutros meios, não os escolhemos por motivos ideológicos, aliás, exigimos absoluta independência aos nossos profissionais. É uma polémica mal intencionada».

«Fui convidado como gestor. O cargo não é partidário»

Pina Moura reitera as declarações dos dois administradores-delegados e lembra que foi «convidado como gestor profissional». Não nega que partilha com o grupo espanhol muitos pontos de vista, nomeadamente «no que se refere à ligação Portugal/Espanha, à Europa e à América Latina, o que foi muito importante para eu aceitar este convite».

O mesmo garante que «não houve razões partidárias. Este cargo não é partidário, aliás, para o aceitar, abandonei as funções que exercia no PS».
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