Sócrates ataca «estilo» de Santana

José Sócrates, candidato à liderança do PS, tem acentuado nas últimas intervenções a pose de candidato também a primeiro-ministro e a líder da oposição. Ontem, num almoço de campanha interna, voltou a fazê-lo, dedicando a maior parte da sua intervenção a criticar, não os adversários internos, Manuel Alegre e João Soares, mas o primeiro-ministro, Santana Lopes, e o ministro das Finanças, Bagão Félix.

Segundo o Diário de Noticias, Sócrates afirmou que «esta solução governativa falhou» e que há hoje «um sentimento de vazio político, de que não há rumo» na condução do País. E dedicou-se a criticar o «estilo de Santana Lopes», que definiu como «um estilo de dizer e desdizer, se for preciso no mesmo dia», elevando o que considerou serem as contradições do Governo.

Entre outras, apontou o facto de «enquanto de manhã, a refinaria da Galp em Matosinhos era para fechar, de acordo com as notícias que o primeiro-ministro fez pôr nos jornais, à noite, afinal explicou na SIC que apenas tinha encomendado um estudo». Para Sócrates, «um político antes de falar deve pensar, se disser a primeira coisa que lhe vier à cabeça denota irresponsabilidade». Mais uma acusação para Santana.

Também Bagão Félix, ministro das Finanças, não escapou às críticas de Sócrates. Vestindo o fato de opositor do Governo, o ex-ministro do Ambiente criticou a opção de retirar os benefícios fiscais aos planos de poupança reforma, educação e habitação. Uma intenção que «demonstra que já decidiram quem vai pagar a factura. Os suspeitos do costume: a classe média e os trabalhadores por conta de outrem». Sócrates lembrou que Bagão admitiu que, afinal, «estamos pior em tudo e também no domínio das finanças públicas», ou seja, confessou o «grave falhanço político» e o retrocesso» dos últimos dois anos e meio de governação PSD-CDS/PP.