Fogo às portas de Olímpia - TVI

Fogo às portas de Olímpia

  • Portugal Diário
  • 26 ago 2007, 19:29
Incêndios da Grécia (EPA)

Grécia: 56 pessoas já morreram devido aos incêndios, mas o balanço do número de vítimas da época de fogos mais destrutiva das últimas décadas no país ainda é provisória. Milhares de hectares foram consumidos pelas chamas que destruíram cerca de 500 casas. Portugal enviou ajuda

As chamas alcançaram as portas de Olímpia, a histórica cidade onde se celebraram os primeiros Jogos Olímpicos da história. Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio e salvar uma das mais importantes colecções arqueológicas da Grécia, mas a violência do fogo obrigou à evacuação de várias localidades situadas nesta região do Peloponeso. Na ilha de Evia, foram localizadas mais cinco vítimas e a contagem dos mortos ascende já a 56.

«As chamas não entraram na antiga Olímpia, onde os sistemas anti-incêndio funcionaram», disse um responsável do Ministério da Cultura helénico, Christos Zahopoulos, em declarações à AFP.

A agência Reuters refere que os bombeiros se debateram arduamente para controlar as chamas que invadiram as colinas nas imediações do local histórico, onde se encontram as ruínas do antigo estádio, onde em 776 A.C. se realizaram as primeiras olimpíadas, e actualmente acolhe a cerimónia da chama olímpica, que acontece a cada dois anos.

No esforço para travar as chamas, participaram, segundo um responsável dos bombeiros, «seis aviões, dois helicópteros, 15 carros de combate e 45 homens». Mesmo assim, estas aproximaram-se perigosamente do museu, onde estão muitas obras de valor incalculável.

Com a lista de vítimas ainda em aberto, foram encontrados mais cinco corpos sem vida, fazendo aumentar para 56 o número de mortos.



Os muitos fogos que deflagram na Grécia cobriram Atenas com uma nuvem de fumo e cinzas.

Os hectares queimados cifram-se aos milhares e há registo de cerca de 500 habitações destruídas.

Esta é a época de incêndios mais destrutiva, em várias décadas, que assola o país. O primeiro-ministro, Costas Karamanlis, decretou este sábado o estado de emergência em todo o território nacional, e já deu conta de que todos os esforços estão a ser feitos para travar os incêndios, sobre muitos dos quais recai a suspeita de terem sido iniciados por actos criminosos.

Avião português a caminho

Na sequência da activação do Mecanismo Comunitário de Protecção Civil, vários países já enviaram ajuda para o país. Portugal é um dos estados europeus que disponibilizou meios de combate aos fogos, entre eles um avião Canadair, que partiu para a Grécia ao início da tarde, com uma equipa de coordenação da Protecção Civil, composta por um perito em combate a incêndios florestais do Comando Nacional de Operações de Socorro e por um oficial de ligação do Gabinete de Relações Internacionais, noticia a agência Lusa.

Perto das 17:55 foi a vez de levantar voo do Centro de Meios Aéreos de Seia um avião Canadair, que estará à disposição das autoridades gregas durante três dias, com uma tripulação composta por dois pilotos e dois mecânicos, acrescenta a agência.

Além de Portugal, muitos outros países europeus acorreram ao pedido de ajuda grego.

Já no ar, ou a caminho do país, estão já quatro Canadair franceses, dois italianos, dois espanhóis, além de seis hidroaviões especializados da Sérvia, três helicópteros especiais da Alemanha, dois Super Puma da Suíça, um helicóptero-cisterna norueguês, três holandeses, um romeno e um esloveno.

A França enviou ainda uma equipa de 65 bombeiros especializados no combate aos incêndios na ilha da Córsega, e Chipre 60 bombeiros e seis camiões-cisterna.
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