Saturação da Portela causa problema com bagagens

Segundo disse à agência «Lusa», o porta-voz da empresa de assistência em terra aos aviões.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) mostrou-se hoje desagradada com o «crescente» número de atrasos na entrega de bagagens e extravios nos aeroportos portugueses, principalmente em Lisboa, que considera ter atingido «níveis verdadeiramente inaceitáveis».

Em declarações, António Matos afirmou que «a capacidade já saturada e já esgotada» do aeroporto da Portela é a principal causa do aumento do «número de atrasos e extravios de bagagens», motivo pelo qual considera que «não devem ser atribuídas culpas«.

«É pública e notória a realidade do aeroporto de Lisboa: temos uma infra-estrutura que é vital para o transporte aéreo que não funciona», disse o porta-voz da empresa que opera nos aeroportos nacionais e que detém uma quota de mercado de 85 por cento.

A APAVT considera que as situações de atraso e extravio de bagagens dos passageiros são «inaceitáveis», motivo pelo qual apelou à intervenção do Governo.

«Lisboa é um problema sério por ser um «hub» e por ser um aeroporto central, o que acaba por gerar dificuldades». A intervenção do Governo pedida pela APAVT é justificada «pela sua óbvia responsabilidade em tudo o que diz respeito à imagem do país e aos constrangimentos que esse tipo de situações acarretam», mas também devido à «sua responsabilidade enquanto tutela de muitas das empresas envolvidas» na gestão dos aeroportos e transporte aéreo.

Segundo os últimos dados divulgados pela Groundforce, nos primeiros oito meses deste ano perderam-se mais de 90 mil malas nos aeroportos portugueses, ou seja, mais de 400 por dia.

Às 90 mil malas perdidas correspondem a 8.600 viajantes afectados pelo problema e que apresentaram reclamações junto da Grounfdforce, que não avançou os números totais correspondentes ao mesmo período do ano passado.

Só é possível fazer a comparação com as reclamações mensais, sendo o número de processos iniciados por mês nos oito primeiros meses de 2006 de 3.600, tendo subido aos 4.000 no mesmo período deste ano.