Os EUA testaram com sucesso um míssil hipersónico em meados de março, mas não divulgaram esse facto para evitar escalar ainda mais a tensão com a Rússia, num momento em que Joe Biden se preparava para visitar a Europa. A informação é adiantada pela edição internacional da CNN esta terça-feira.
Trata-se do segundo ensaio bem-sucedido de um míssil hipersónico por parte dos EUA. O primeiro aconteceu em setembro passado, quando a Força Aérea norte-americana testou o HAWC (Hypersonic Air-breathing Weapon Concept) da Raytheon. O que foi testado em março é o primeiro da versão Lockheed Martin da mesma arma.
A Rússia anunciou o uso de mísseis hipersónicos durante a invasão da Ucrânia, alegação que já foi confirmada pelos países ocidentais. Também a China e a Coreia do Norte têm feito ensaios deste tipo de armamento. O facto de Moscovo e Pequim se mostrarem bastante adiantados no desenvolvimento deste tipo de equipamento tem lançado alguma preocupação no Pentágono. Os mísseis hipersónicos são considerados como tecnologia militar crítica para o futuro.
Segundo a CNN, que cita uma fonte do Departamento de Defesa dos EUA, o HAWC foi lançado de um bombardeiro B-52 ao largo da costa ocidental. Um motor impulsionador acelerou o míssil a alta velocidade, altura em que o motor a jato de ar comprimido impulsionou o míssil a velocidades hipersónicas de Mach 5 e superiores. O míssil voou acima dos 65 mil pés e percorreu mais de 300 milhas.
Quando os EUA fizeram o teste, Joe Biden preparava-se para uma deslocação à Europa, que incluiu uma cimeira da NATO e uma visita à Polónia, onde se encontrou com governantes da Ucrânia. Por essa razão, a informação sobre o teste do novo míssil foi mantida em segredo. Na sexta-feira passada, diz a CNN, os EUA cancelaram um teste do míssil balístico intercontinental Minuteman III, alegadamente para evitar qualquer má interpretação por parte da Rússia.