Hamas aceita proposta de Catar e Egito para cessar-fogo em Gaza. Israel deverá rejeitar e fala em "jogada" - TVI

Hamas aceita proposta de Catar e Egito para cessar-fogo em Gaza. Israel deverá rejeitar e fala em "jogada"

  • CNN Portugal
  • PF
  • 6 mai, 17:56
Palestinianos desesperados na busca por ajuda humanitária

Ministro da Segurança Nacional de Israel rejeita acordo e pede invasão a Rafah. Erdogan insta Israel a aceitar a proposta e Estados Unidos vão analisá-la com os aliados "nas próximas horas"

O Hamas aceitou esta segunda-feira a proposta de Catar e Egito para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, de acordo com um comunicado do grupo, citado pela CNN Internacional.

O comunicado refere que Ismail Haniyeh, líder do grupo, "fez uma chamada telefónica para o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e para o ministro dos Serviços Secretos egípcio, Abbas Kamel, e informou-os da aceitação do Hamas da sua proposta de acordo de cessar-fogo".

A agência Reuters, um responsável do Hamas disse, sob anonimato, que a proposta que foi aprovada pelo grupo "vai ao encontro de várias reivindicações" no que diz respeito ao cessar-fogo, troca de prisioneiros, reconstrução e ao regresso das pessoas deslocadas. 

A fonte do Hamas referiu também que uma delegação do grupo vai viajar até ao Cairo para discutir este acordo de cessar-fogo e os próximos passos a tomar.

À Al Jazeera, o vice-líder do Hamas na Faixa de Gaza, Khalil Al-Hayya, disse que o plano aprovado pelo grupo é composto por três fases, cada uma com 42 dias. A segunda fase deste acordo, diz, prevê a saída total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.

O alto quadro do Hamas sublinha também que a proposta não impõe qualquer restrição ao regresso de pessoas deslocadas a todas as partes da Faixa de Gaza, e que foi prometido pelos mediadores egípcios que a guerra "não regressará a Gaza".

"A bola está do lado de Israel. Penso que este acordo satisfaz todas as partes", acrescentou Al-Hayya. O vice-líder do Hamas clarificou que a troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas se vai realizar também em três fases, e que a primeira fase inclui desde logo a libertação de civis israelitas.

As reações

Na primeira resposta oficial, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) Daniel Hagari afirmou que "cada resposta será seriamente examinada" e que "todas as possibilidades sobre negociações e libertação de reféns estão a ser esgotadas".

No entanto, um oficial israelita, sob anonimato, afirmou à Reuters que o Hamas aceitou uma "suavizada" proposta egípcia e que, por isso, não é aceitável para Israel.

A mesma fonte refere que a proposta contém conclusões "abrangentes" com as quais Telavive não concorda e que o anúncio do Hamas "parece ser um estratagema" para apresentar Israel como a parte que recusa um acordo.

Menos contido foi o ministro da Segurança Nacional de Israel, o extremista Itamar Ben-Gvir, que classificou o passo dado pelo Hamas de "jogo" e pediu a invasão de Rafah.

"Os exercícios e jogos do Hamas só têm uma resposta: uma ordem imediata para ocupar Rafah! Temos de aumentar a pressão militar e prosseguir até à derrota total do Hamas", escreveu Ben-Gvir no X.

A Casa Branca, através do porta-voz do Departamento de Estado Matthew Miller, já veio dizer que a proposta que o Hamas aceitou será analisada com os aliados "nas próximas horas". Miller afirmou que um acordo de cessar-fogo é uma "prioridade máxima" da administração de Joe Biden.

"É algo que constitui uma prioridade máxima para todos os membros desta administração, desde o presidente até ao menos importante. Toda a gente está concentrada nisto. Todos estão a tentar chegar a um acordo", explicou o porta-voz

O presidente turco também já reagiu e congratulou-se pelo 'sim' do Hamas à proposta de Egito e Catar, referindo que deseja que Israel faça o mesmo. Recep Tayyip Erdogan aproveitou o momento para pedir ao Ocidente para aumentar a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

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