Os presidentes iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e venezuelano, Hugo Chávez, declararam-se hoje «completamente» unidos na defesa dos seus interesses nacionais e do seu ideal, num encontro em Teerão.
Nos últimos anos, Ahmadinejad e Chávez desenvolveram relações sólidas marcadas pela sua hostilidade aos Estados Unidos e por um discurso firmemente anti-imperialista.
«Ficaremos lado a lado completamente na defesa dos direitos das nossas nações e do nosso ideal», disse Ahmadinejad durante o encontro, que durou uma hora e meia, segundo a Lusa que cita agência oficial Irna.
«Estes acordos vão criar uma unidade estratégica» entre os dois países, assegurou Chávez.
O presidente da Venezuela chegou hoje de manhã a Teerão vindo de uma cimeira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), organizada sábado e domingo, em Riade, e deixará o país ao início da noite.
A sua delegação inclui cinco ministros, entre os quais o do Petróleo, Negócios Estrangeiros e Indústria, indicou domingo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Ali Hosseini.
Segundo Chávez, a sua visita permitiu, «após dois anos, criar com sucesso um banco binacional», ao qual espera que «outros países se juntem».
Anunciou também a assinatura de um acordo sobre um «fundo comum de investimento para alargar a cooperação industrial».
De acordo com a televisão iraniana, Ahmadinejad e Chávez falaram do «desenvolvimento das relações bilaterais e das ligações nos sectores económico, bancário, de engenharia e da petroquímica».
Esta é a quarta visita de Hugo Chávez ao Irão desde a chegada ao poder de Mahmud Ahmadinejad em 2005, que, por seu turno, efectuou a sua terceira visita à Venezuela em Setembro.
«Apesar da vontade da arrogância (dos Estados Unidos), os nossos laços estendem-se em todos os domínios», sublinhou o presidente iraniano durante o seu encontro com Chavez.
Washington vê com reservas a aproximação entre Teerão e Caracas, dois países que não escondem a sua hostilidade em relação aos Estados Unidos, denunciando nomeadamente a sua «hegemonia».
Ahmadinejad desejou a vinda de um mundo governado pelo princípio de justiça, criticando nomeadamente «certas organizações internacionais incapazes de resolver os problemas», a saber o Conselho de Segurança das Nações Unidas e os seus cinco membros permanentes que possuem direito de veto.
O Irão é alvo de três resoluções do Conselho, duas prevendo sanções, devido à recusa de suspender o seu programa de enriquecimento de urânio.
Hugo Chávez defendeu por várias vezes o programa nuclear iraniano, quando os países ocidentais suspeitam que Teerão pretende obter a arma atómica a pretexto do enriquecimento de urnânio para fins civis.
O Irão e a Venezuela são dois importantes membros da OPEP, mas os seus presidentes não conseguiram este fim-de-semana que a queda do dólar aparecesse na declaração final da cimeira do cartel.
Hoje, Chávez voltou ao tema: «o dólar cai e com a ajuda de Deus o império do dólar (os Estados Unidos) cairá a seguir».
Depois de Teerão, Chávez seguirá para Paris, onde se reúne terça-feira com o homólogo francês, Nicolas Sarkozy.
Irão e Venezuela «completamente» unidos
- Portugal Diário
- 19 nov 2007, 16:53
Hugo Chávez defendeu, em visita a Teerão, o programa nuclear iraniano
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