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Irão: editor de jornal detido

Continuam as detenções no rescaldo das eleições presidenciais

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Pelo menos duas pessoas foram detidas esta quarta-feira no Irão ainda no rescaldo das eleições presidenciais. Segundo a agência «Reuters», um dos detidos, Saeed Laylaz, é editor do «Sarmayeh», um jornal de economia local. O jornalista é também analista político e critica com frequência a economia e as posições políticas do governo do presidente Ahmadinejad.

Irão mais um dia quente

O outro detido é um activista local, Mohammadra Jalaeiepour, que contribuiu para a campanha de Mousavi. Foi preso no aeroporto.

Estas detenções juntam-se às dezenas que as autoridades iranianas fizeram nos últimos dias. Os apoiantes de Mir-Hossein Mousavi ainda não desistiram de exigir novas eleições e marcaram mais uma manifestação para esta quarta-feira.

Protestos não são contra regime

O vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros reajiu às últimas notícias em Lisboa. O governante recusou que as manifestações dos últimos dias em Teerão sejam contra o regime, insistindo que se trata de uma normal contestação pós-eleitoral, e acusou media estrangeiros de manipularem a informação.

«Os protestos não são contra o regime, são só os apoiantes de (Mir Hossein) Mussavi», disse o vice-ministro iraniano, sublinhando que o candidato presidencial derrotado foi primeiro-ministro do Irão durante oito anos (1981-1989) e que os manifestantes levam cartazes com imagens dos principais dirigentes do regime islâmico.

«As manifestações são contra os resultados. É normal, todos podem contestar», acrescentou. Sobre a possibilidade de serem convocadas novas eleições, o vice-ministro disse que uma tal decisão cabe exclusivamente ao Conselho dos Guardiães: «Se o Conselho dos Guardiães aprovar, sim, se não aprovar, não».

Mehdi Safari repetiu por várias vezes a elevada participação dos eleitores iranianos - 40 milhões de eleitores num universo de 60 milhões - para afirmar que esses números atestam «uma maior democracia que na Europa».

Sublinhou, por outro lado, que as autoridades iranianas, concretamente o Conselho dos Guardiães, estão a investigar as alegações de irregularidades feitas por Mussavi e que apresentarão as suas conclusões.

Jornalistas manipulam informações

Questionado sobre as restrições impostas aos jornalistas estrangeiros em Teerão, o vice-ministro afirmou não ter conhecimento oficial dessas restrições mas considerou que jornalistas estrangeiros estão a manipular informações.

«Não tenho essa informação mas, para ser franco, às vezes as pessoas não são honestas a dar a informação. Dizem que vem aí uma nova revolução, ontem (terça-feira) à noite até ouvi falar na televisão de ciber-revolução. Algumas informações são uma provocação e uma manipulação», disse.

Imagens antigas

Depois de questionado sobre notícias que dão conta de repressão policial em universidades iranianas, Mehdi Safari disse não haver quaisquer operações policiais em universidades e, no final da conferência de imprensa, indicou ter sido entretanto informado de que televisões estrangeiras mostraram imagens antigas, dos protestos estudantis de há oito anos.
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