Desflorestação na Amazónia atinge 18 por cento - TVI

Desflorestação na Amazónia atinge 18 por cento

  • Portugal Diário
  • 6 set 2006, 00:00

Área de quase 700 mil quilómetros quadrados, equivale a oito vezes o território português

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A área desflorestada na Amazónia até Julho de 2005 era de 699.625 km2, o equivalente a 17,49 por cento do total da floresta e a quase oito vezes o território português, informou hoje o Ministério do Meio Ambiente.

A ministra do Ambiente Marina Silva anunciou também o dado consolidado referente à desflorestação da Amazónia entre Agosto de 2004 e Julho de 2005 - 18.790 quilómetros quadrados, o que corresponde a uma redução de 31 por cento em relação ao período homólogo anterior.

A taxa de desflorestação na Amazónia está, entretanto, em queda e, se as projecções do governo forem confirmadas, haverá uma redução para 16.700 quilómetros quadrados no período 2005-2006.

A previsão para 2005-2006 é de uma queda de 11 por cento na comparação com o ano anterior, mas os dados consolidados só serão divulgados no final do ano, após estudos mais detalhados que levam em conta um número maior de imagens de satélite.

«Na pior das hipóteses, a desflorestação continuará na faixa dos 18 mil quilómetros quadrados», afirmou o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

Na opinião da ministra Marina Silva, os dados revelam que a queda da desflorestação não é episódica, e demonstram uma situação de governação, de acção conjunta de vários órgãos do governo.

«Há um acerbamento da acção predatória, mas há também uma acção incisiva do poder público no combate à desflorestação. Não vamos baixar a guarda. Precisamos combinar acções de controlo com políticas para o desenvolvimento sustentável», ressaltou a ministra Marina Silva.

A organização Greenpeace reconhece os esforços do governo, mas considera que as projecções do Ministério do Meio Ambiente indicam ainda uma taxa de desflorestação muito alta.

«Se for confirmada a redução, a taxa será mantida ainda a um nível inaceitável. É importante reconhecer os esforços do actual governo, mas é necessário reduzir a desflorestação a níveis insignificantes», disse à Lusa o ambientalista Carlos Rittl, da Greenpeace.

Na opinião de Rittl, seria significativo se houvesse uma queda da desflorestação de, por exemplo, 40 por cento em relação ao período anterior.

«Mas o que indicam os dados é que houve uma estagnação, e isto comprova que são necessários mais recursos e acções de combate à destruição da floresta de todos os ministérios», acrescentou.

Segundo estudos recentes, a desflorestação, em especial na Amazónia, já responde por 75 por cento das emissões brasileiras de dioxido de carbono, o principal gás de efeito estufa.
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