Emissões de CO2 vão aumentar 57 por cento - TVI

Emissões de CO2 vão aumentar 57 por cento

  • Portugal Diário
  • 7 nov 2007, 16:49

Até 2030 o crescimento das necessidades energéticas levará a uma maior emissão de gases com efeito estufa

Relacionados
A procura mundial de energia e as emissões de dióxido de carbono deverão aumentar cerca de 55 por cento até 2030, anunciou hoje a Agência Internacional de Energia, alertando para um possível aumento de três graus da temperatura global, escreve a Lusa.

As conclusões são do relatório «Panorama da Energia Mundial», publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE) menos de um mês antes da reunião de cerca de 200 países em Bali, Indonésia, para começar a discutir um tratado que suceda ao Protocolo de Quito a partir de 2012.

De acordo com o documento hoje publicado, a procura global de energia vai aumentar em cerca de 55 por cento até 2030, com a China e a Índia a representarem em conjunto perto de 45 por cento deste aumento.

A tendência de crescimento das necessidades energéticas levará, de acordo com a AIE, a um aumento das emissões globais de gases com efeito de estufa, que deverão crescer 57 por cento até 2030 (1,8 por cento por ano), se mantida a actual tendência de procura.

No melhor cenário, e caso sejam adoptadas novas medidas para travar a actual tendência, a Agência prevê um aumento anual de um por cento nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030, o que «equivale a um aumento da temperatura global de cerca de três graus centígrados».

Ou seja, mesmo que os governos adoptassem todas as políticas ambientais em discussão, as emissões de dióxido de carbono ainda aumentariam mais de 25 por cento até 2030, representando um aquecimento médio de três graus centígrados.

Nesse sentido, a AIE considera irrealista o cenário mais ambicioso traçado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC, organismo da ONU), que previa que seria possível conter o aumento de temperatura global até 2100 em 2,4 graus centígrados.

Segundo a AIE, a China irá superar os Estados Unidos como o maior emissor de dióxido de carbono (CO2) do mundo, em 2030, enquanto a Índia se tornará o terceiro maior por volta de 2015, seguindo-se a Rússia e o Japão.

«Até agora falou-se mais do que se fez na maioria dos países», disse a AIE, sublinhando que «as consequências do crescimento desordenado na demanda global por energia para a China, Índia, países industrializados e o resto do mundo são, entretanto, alarmantes».

A resposta a tal situação passa, de acordo com a AIE, por conseguir uma maior eficiência energética e pelo uso de energias renováveis com menor emissão de carbono do que os combustíveis fósseis, pelo que o organismo internacional apela à China e Índia para aumentarem os seus esforços nesse sentido.

O relatório da AIE defende ainda uma «reacção global» para descobrir soluções energéticas que tornem o crescimento da Ásia mais sustentável.

Só a China foi responsável por 58 por cento do aumento das emissões mundiais de carbono entre 2000 e 2006.

Até 2030, a sua contribuição para as emissões globais devem aumentar de cerca de 20 por cento para mais de 25 por cento. Em termos per capita, porém, as emissões chinesas continuariam inferiores às dos Estados Unidos de América.

Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa abaixo dos níveis actuais e manter a mudança climática dentro dos padrões de segurança definidos pela UE exigiria uma acção política «sem precedentes», indica ainda o documento.
Continue a ler esta notícia

Relacionados