Egipto vive clima de repressão e bloqueia Twitter e blogues

O Ministro do Interior do Egipto, Habib El Adli, diz que não permitirá novos protestos contra o regime de Hosni Mubarak. Depois de intensos confrontos na noite passada no Cairo, capital do Egipto, os manifestantes silenciaram as ruas para dar lugar a um novo protesto através das redes sociais.

As autoridades decidiram encerrar redes sociais como blogues e o Twitter de forma a que os manifestantes não se pronunciarem tão facilmente sobre o regime. O bloqueio do Facebook ainda não foi verificado, site que está a ser utilizado pelos activistas como meio de protesto contra as três décadas do regime de Hosni Mubarak que vigoram no Egipto.

Milhares de polícias foram destacados para as zonas do Cairo e Suez, onde os confrontos se verificaram mais intensos. Bombas de gás lacrimogéneo, canhões de água, paus e pedras foram arremessados pelos polícias, contra os manifestantes. Os confrontos resultaram em três manifestantes e um polícia mortos, 150 pessoas ficaram feridas e verificaram-se várias detenções. Os locais de maiores confrontos verificaram-se na central de Tahrir Square - sede da Liga Árabe e dos Museus das Antiguidades - e em vários edifícios oficiais junto do parlamento, onde havia mais ausência de mecanismos de dispersão dos manifestantes.

Por volta da meia-noite, as forças policiais recorreram aos mesmos mecanismos de forma a dispersarem as pessoas que ainda restavam na praça. Algumas refugiaram-se, mas as que não conseguiram fugir foram presas e espancadas. Os manifestantes professavam frases de revolta e de contrariedade contra o governo vigente e contra Hosni Gamal e seu filho que deve herdar o regime do seu pai octogenário.

Segundo o jornal espanhol «El País», Habib El Adli, afirma que «todos os que expressem pontos de vista ilegais serão presos». Esta situação revela o clima de ditadura e repressão que se vive no Egipto.