«Grande apreensão» em Banguecoque, diz embaixador - TVI

«Grande apreensão» em Banguecoque, diz embaixador

Violência continua na Tailândia (EPA)

Proliferação de pequenos grupos que atacam vários pontos da cidade é agora o principal problema

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O embaixador de Portugal na Tailândia, António Faria e Maya, disse esta quarta-feira que o ambiente em Banguecoque é de «grande apreensão» devido à proliferação de pequenos grupos que atacam vários pontos da cidade.

Bolsa de Banguecoque em chamas... literalmente

«Há um ambiente de grande apreensão porque, se por um lado, houve uma desmobilização nos locais de concentração dos manifestantes e a rendição dos sete dirigentes, por outro houve a dispersão de pequenos grupos» pela cidade, afirmou o diplomata, citado pela Lusa.

Contactado pela Lusa a partir de Lisboa, António Faria e Maya disse que esses grupos já tentaram incendiar 27 edifícios, entre os quais o Bangkok Bank e o Canal 3 de televisão.

«Não se sabe, daqui para a frente, onde e quando poderão actuar», disse o embaixador, sublinhando que essa situação «obriga» as forças de segurança e os bombeiros a acudir em locais completamente distantes.

Afirmando que esses grupos não respondem perante nenhum movimento, partido político ou religião, o diplomata considera que será «muito difícil» pôr-lhes cobro e normalizar a situação. «É a primeira vez que se tem de fazer face a uma situação destas», disse.

Quanto aos portugueses que residem em Banguecoque, António Faria e Maya garantiu que estão todos bem e nenhum teve problemas com os conflitos que se têm registado na cidade.

O embaixador disse ainda que tem sido contactado por muitos turistas portugueses, que pedem informações. «Até agora não tivemos ninguém em situação de pânico», sublinhou.

António Faria e Maya disse que o Governo português não aconselha os turistas a viajarem para a cidade de Banguecoque, mas assegurou que o aeroporto da capital tailandesa pode ser usado «com toda a segurança» se necessitarem de fazer ligações aéreas.

Os protestos nas ruas de Banguecoque dos «camisas vermelhas» - manifestantes antigovernamentais que pedem a demissão do governo e a realização de eleições antecipadas - arrasta-se desde meados de Março e já provocaram mais de 60 mortos e de um milhar de feridos.

Hoje, os «camisas vermelhas» anunciaram o fim do movimento e a rendição dos seus líderes, depois de um assalto relâmpago das forças da ordem ao acampamento onde estavam entrincheirados. Pouco tempo depois do início da operação militar em Banguecoque, cerca de dois mil manifestantes incendiaram o edifício do governo provincial de Udon Thani, segundo o governador, Amnat Pagarat.

Na capital, vários edifícios foram incendiados, entre os quais as instalações da televisão Channel 3, dentro das quais se encontravam cerca de 100 pessoas. Entretanto, o recolher obrigatório em vigor em Banguecoque foi hoje alargado a 23 províncias da Tailândia, a partir das 20:00 (14:00 em Lisboa), depois do fim da operação militar para desalojar os «camisas vermelhas» do centro da capital.
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