NATO: Portugal contra adesão da Ucrânia e da Geórgia - TVI

NATO: Portugal contra adesão da Ucrânia e da Geórgia

  • Portugal Diário
  • JRS
  • 2 abr 2008, 20:43
NATO

Sócrates tem uma opinião diferente da do presidente norte-americano

Relacionados
O primeiro-ministro português manifestou-se esta quarta-feira contra uma «adesão precipitada» à NATO da Ucrânia e da Geórgia, ao contrário do presidente norte-americano, George W. Bush, que pretende acelerar o alargamento da Aliança aos dois países já na Cimeira de Bucareste.

«Nós temos reservas quanto à adesão imediata ou a assunção de um estatuto em relação ao processo de adesão», disse José Sócrates à chegada a Bucareste para participar, até sexta-feira, na Cimeira anual de líderes da Aliança Atlântica.

George W.Bush, primeiro dos 26 chefes de Estado e governo a aterrar na capital romena, proveniente de Kiev, declarou esperar que os aliados ofereçam um «estatuto especial» - prévio a uma futura adesão - à Ucrânia, bem como à Geórgia, duas ex-repúblicas soviéticas cuja aproximação às estruturas euro-atlânticas esbarra com a hostilidade de Moscovo.

«Devemos dar um sinal claro de que a Aliança Atlântica (NATO) secunda as aspirações de uma futura adesão da Ucrânia e Geórgia, países aos quais deve entretanto ser oferecido um estatuto especial», afirmou Bush.

Na gíria aliada, trata-se de acolher os dois países no chamado Plano de Acção para a Adesão (MAP), última etapa, embora sem garantias, para se tornarem membros de pleno direito da NATO.

Para Sócrates não deverá haver «precipitações»

«Achamos que esse processo está em desenvolvimento e que deve levar o seu tempo, nada de precipitações. Mas temos uma posição aberta», sublinhou José Sócrates.

A tese do presidente norte-americano é sufragada por outros antigos satélites de Moscovo, como as três repúblicas bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia), bem como pela Polónia, mas não acolhe a necessária unanimidade dos aliados.

Na terça-feira, o primeiro-ministro francês, François Fillon, não escondeu a desaprovação da França, em nome do «equilíbrio de poderes» não só europeus, mas também entre a Europa e a Rússia.

Esta quarta-feira, o chefe da diplomacia de Berlim, Frank-Walter Steinmeier, confessou não haver «nenhuma razão imperiosa para envenenar as relações» com o Kremlin, tensas desde a independência unilateral declarada pela maioria albanesa na ex-província meridional sérvia do Kosovo.

Outros países aliados consideram que Kiev e Tbilissi precisam de estabilizar mais politicamente e de amadurecer as suas jovens democracias.
Continue a ler esta notícia

Relacionados