A União Europeia (UE) avisou hoje que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), caso o acordo comercial parcial entre China e Estados Unidos causar "distorções comerciais" em detrimento das empresas europeias.
"As metas do acordo não são compatíveis com as regras da OMC se levarem a distorções comerciais", afirmou o embaixador da UE na capital chinesa, Nicolas Chapuis. "Caso isso se confirme, vamos recorrer à OMC para resolver este problema", admitiu.
Segundo o acordo assinado na quarta-feira, em Washington, a China comprometeu-se a importar 200 mil milhões de dólares (quase 180 mil milhões de euros) adicionais em bens oriundos dos Estados Unidos, nos próximos dois anos, incluindo produtos agrícolas, energia e bens manufaturados, para reduzir o défice comercial entre os dois países.
Também na quinta-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia em Pequim avisou que o "acordo possivelmente vai afetar as (...) exportações para a China", alertando para o facto de os compromissos assumidos por Pequim poderem levar a que se substituam produtos europeus por norte-americanos.
Nicolas Chapuis disse, no entanto, que "recebeu garantias formais de que as empresas europeias não seriam afetadas pelo acordo".
"Vamos monitorizar a sua implementação", avisou.