«Não pode regressar. Os EUA estão sob ataque» - TVI

«Não pode regressar. Os EUA estão sob ataque»

Condoleezza Rice - Foto Lusa

Condoleezza Rice revelou o que disse a Bush durante os atentados de 11 de Setembro de 2001

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A ex-secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, revelou que deu ordens a George W. Bush para não viajar para a capital dos EUA, Washington, no dia dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.

De acordo com a Press Association, estas revelações foram feitas por Rice durante uma entrevista para um documentário do Channel 4, no Reino Unido.

«O presidente telefonou e disse: vou voltar», contou a antiga secretária de Estado. Depois, a troca de argumentos endureceu-se, com Rice a explicar: Eu disse: não pode regressar. Os EUA estão sob ataque. Têm de ir para um local seguro. Não sabemos o que se está a passar».

Bush insistiu na intenção de regressar à capital. Rice voltou a discordar. «Eu disse-lhe, levantando a minha voz ¿ e eu nunca tinha levantado a voz ao presidente antes -, eu disse-lhe: Não pode voltar para aqui». Depois, desligou o telefone.

«O presidente ficou muito chateado comigo, para dizer o mínimo. Eu conheço o presidente há muito tempo e sei que ele não queria nada mais do que estar ao leme do navio», salientou.



Mas as revelações sobre esse dia não se ficaram só pelo tom de voz que teve de levantar a Bush. Em Washington, Condoleezza Rice e o vice-presidente Dick Cheney tiveram de refugiar-se no abrigo situado sob a Casa Branca. Mas nem tudo correu como o esperado.

«Estava tanta gente no bunker que os níveis de oxigénio começaram a descer e os serviços secretos disseram que tinha de sair alguma gente». «Eles literalmente andaram por ali a dizer a pessoas que não eram essenciais e que tinham de sair», contou Rice.

Outro dos episódios dramáticos sobre o qual a secretária de Estado falou foi o que se passou com o voo 93 da United Airlines, que também foi alvo de sequestro e teria como alvo Washington.

Depois de Bush ter dado ordem para abater qualquer avião comercial que não respondesse e da notícia da queda do voo 93, Rice e outros responsáveis acreditaram que a aeronave podia ter sido abatida pela força aérea.

«Foi horrível pensar que a força aérea americana pudesse abater [um avião com] civis, foi um pensamento horrível», disse Rice.

A antiga responsável salientou depois ter «um sentimento de gratidão» em relação aos passageiros e tripulação do voo 93, não só a nível pessoal, por terem atacado os terroristas.

«Também penso no que eles fizeram pelo país, porque se um outro avião embatesse na Casa Branca ou na capital penso que não teríamos mais capacidade para aguentar um choque maior do que aquele que já tínhamos [sofrido]», disse.
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