Esteve 31 anos preso, mas afinal não era culpado - TVI

Esteve 31 anos preso, mas afinal não era culpado

  • AG
  • 22 mai 2019, 17:28
Polícia - Nova Iorque (arquivo)

Foi preso aos 17 anos de idade e saiu em 2007. Keith Bush foi ainda forçado a dar uma confissão, além de ter sido alvo de racismo por um detetive

Os procuradores de Long Island, Nova Iorque, ilibaram um homem da acusação de homicídio pela qual cumpriu 31 anos de prisão. A decisão comunicada esta quarta-feira revela que Keith Bush foi forçado a dar uma confissão, além de ter sido alvo de racismo por um detetive. No mesmo comunicado é dito que algumas evidências foram ilegalmente suprimidas pelos investigadores.

Desde a sua condenação em 1976 que Bush clama pela sua inocência, que só agora foi concedida. O homem foi acusado por um homicídio que nunca ficou bem explicado. O facto de nunca ter assumido o crime, que agora se sabe que não cometeu, agravou-lhe a pena em 10 anos.

Agora com 62 anos, Bush vê a sua imagem finalmente limpa. O homem foi libertado em 2007, com liberdade condicional, e registado como um agressor sexual.

No relatório apresentado pelos procuradores de Nova Iorque é referido que a investigação inicial ocultou vários pormenores, incluindo a existência de um outro homem envolvido no crime que vitimou uma menina de 14 anos. Os procuradores acreditam que esse segundo homem terá sido o verdadeiro assassino.

Não tenho dúvidas de que prendi o homem certo”, disse August Stahl, um dos investigadores da altura, ao USA Today, esta quarta-feira

Em comentário ao caso, o novo procurador daquele distrito de Nova Iorque, Timothy Sini, disse que “a pior coisa que pode acontecer a um procurador é condenar alguém quando há uma dúvida da sua culpabilidade”. 

Durante as novas audições em relação ao caso, Bush disse aos procuradores que a sua confissão foi forçada por um clima de violência sobre um adolescente. Acabaria por assinar uma confissão onde dizia ter esfaqueado e estrangulado a jovem de 14 anos.

John Jones, o segundo homem, só foi implicado no caso em 2006, quando os investigadores descobriram tecido do seu ADN nas unhas da vítima. Segundo novos documentos, só agora obtidos pela defesa, a polícia soube da existência de Jones três meses depois de Bush ter assinado a confissão. Jones esteve no local onde a vítima foi encontrada, tal como Bush. Os três tinham ido a uma festa privada. Após saber da ligação de Jones ao caso, a polícia fez um teste de polígrafo. Satisfeitas com a resposta, as autoridades declararam o segundo homem inocente.

Depois do sucedido, Jones, que morreu em 2006, viria a ser preso várias vezes, uma delas por ter violado uma jovem de 15 anos, que ficou grávida como consequência do sucedido.

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