Em entrevista ao jornal «El Mundo», Javier Limón Romero garantiu que Teresa Ramos «fez tudo o que lhe disseram» e nunca mostrou preocupações em relação ao vírus.
«Ela fez tudo o que lhe disseram, nunca disse nada, voltava para casa normal e em nenhum momento teve nenhuma preocupação com nada», afirmou.
Romero diz que a auxiliar nunca fez nada incorreto durante o tratamento ao missionário espanhol infetado, de onde se presume que tenha partido o contágio. «Ela trabalhou normalmente, seguiu todos os protocolos», assegurou o marido.
Javier está internado numa ala diferente da sua esposa e diz sentir-se «bem, dentro da gravidade [da situação]», e explica que com a sua mulher o tratamento está a «evoluir favoravelmente», uma vez que a auxiliar está a «receber plaquetas de uma pessoa que se curou» (a freira Paciencia Melgar Ronda).
Ainda em entrevista ao jornal espanhol, Javier disse que tudo começou no dia 30, uma terça-feira, e não na segunda, como publicaram alguns jornais, com a febre, que nunca terá sido alta. Questionado sobre se alguma vez ultrapassou os 38,6 graus centígrados, Javier garante que não.
«Não, a febre nunca subia».
O marido disse, ainda, que a sua esposa se preparava para ir passar uns dias com a sua mãe, quando a febre começou. A mãe, Jesusa Ramos, falou ao «Voz de la Galícia» e diz que já falou com a sua filha esta manhã, que lhe garantiu que estava melhor.
Além de Teresa Ramos e o seu marido, está internado, também, um engenheiro que regressou da Nigéria e se suspeita que pode ter contraído o vírus. Outra enfermeira que tinha estado internada já recebeu alta.
Estão, ainda, 52 pessoas sob vigilância, a maior parte pessoal hospitalar que trabalhavam com a auxiliar infetada. 22 delas entraram em contacto com Teresa Ramos, as outras 30 trabalham no Hospital Carlos III, para onde foi transferida.
Ainda não se sabe como foi infetada a auxiliar de enfermagem e dúvida deixa receios aos profissionais de sáude. Existe a suspeita que a falha de segurança poderá estar nos fatos de proteção que deveriam ser de tipo 4, e eram apenas de tipo 2, não tendo, por exemplo, sistema de respiração autónoma.
A Comissão Europeia já pediu explicações a Madrid sobre o caso da cidadã espanhola e aguarda que o ministério espanhol da Saúde esclareça as circunstâncias e as possíveis falhas no sistema sanitário.
O contágio da auxiliar é o tema de uma reunião extraordinária por vídeo-conferência marcada para esta quarta-feira pelo Comité de Segurança Sanitária da União Europeia que vai reúnir peritos de saúde pública dos 28 estados membros e da organização mundial de saúde
Esta terça-feira ficou a conhecer-se, também, que uma médica norueguesa ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras, na Serra Leoa, também está infetada com o vírus Ébola e já foi repatriada para Oslo, onde vai receber tratamento.