Coreia do Norte reabre fronteira com Coreia do Sul

A Coreia do Norte anunciou esta segunda-feira a reabertura da fronteira com a Coreia do Sul, encerrada desde Dezembro. A decisão, que vigorou durante os últimos nove meses, isolou ainda mais o país comunista, que enfrenta uma grave crise económica, que afecta maior parte da população.

A intenção de Pyongyang foi revelada pelo presidente do grupo sul-coreano Hyundai, Hyun Jeong-eun, que se reuniu com o líder do Norte, Kim Jong-il, com o objectivo de libertar um trabalhador da empresa detido há quase cinco meses por ter insultado o regime comunista.

A Hyundai é uma fonte de receitas vital para a Coreia do Norte, já que opera uma rede de turismo no país e gere o importante pólo industrial de Kaesong.

O anúncio da abertura da fronteira acontece um dia depois da Coreia do Norte ter ameaçado com uma resposta nuclear caso seja atacada, numa altura em que os vizinhos do sul e os EUA realizam operações militares conjuntas.



O isolamento da Coreia do Norte tem mantido o país numa situação periclitante do ponto de vista económico, com a ameaça da fome a assolar constantemente uma grande parte dos seus 23 milhões de habitantes.

O país tem sido fortemente pressionado pela comunidade internacional para abdicar do seu programa nuclear militar. Mas Pyongyang tem violado sucessivamente vários acordos. Em Maio, realizou um novo ensaio nuclear.

Tecnicamente, as duas Coreias estão em Guerra há mais de 50 anos, com uma zona fronteiriça fortemente militarizada. No último ano e meio, com a chegada ao poder de um presidente conservador, as relações entre os dois países tornaram-se mais tensas, já que o sul se tem recusado a prestar qualquer ajuda ao norte sem que haja um recuo em relação ao dossier nuclear.