Sarkozy começa campanha com colagem à extrema-direita - TVI

Sarkozy começa campanha com colagem à extrema-direita

Sarkozy

Presidente francês definiu uma agenda social conservadora contra o casamento homossexual, eutanásia ou o voto dos estrangeiros

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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ainda não anunciou a recandidatura ao cargo, mas já faz campanha. Numa entrevista ao jornal Le Figaro, intitulada, «Os meus valores para França», o presidente esboça algumas ideias de seu futuro programa político, com uma série de propostas que buscam captar o voto da extrema-direita.

Sarkozy é contra o voto dos estrangeiros nas eleições e defendeu a convocação de um referendo para simplificar o processo de expulsão de imigrantes ilegais. Regras mais rígidas para vistos de residência a pessoas de outros países casadas com franceses e limitar as ajudas aos que solicitarem asilo são outras medidas do programa.

Em resposta às promessas socialistas de alargar o direito de voto nas eleições locais aos estrangeiros não europeus, Sarkozy afirmou «não está na altura, com todos os riscos associados à ascensão do multiculturalismo».

«Da mesma forma, digo muito claramente que, ao contrário do senhor Hollande, não sou a favor de regularizar a situação dos estrangeiros indocumentados, que criaria imediatamente uma nova procura», disse.

Em matéria económica, o presidente defendeu a aplicação de restrições ao subsídio por desemprego, aumentar o IVA e uma reforma a favor dos empresários nas negociações colectivas de trabalho, que incluísse, por exemplo um referendo. O presidente afirma que, na falta de um acordo com os parceiros sociais, «seria importante reflectir sobre a oportunidade de se dirigir directamente aos franceses para que eles dêem a sua opinião sobre este sistema de indemnização do desemprego e sobre a forma como se deve considerar o trabalho e a assistência».

Descrevendo-se como um defensor dos valores tradicionais num tempo de mudança, Sarkozy procurou na entrevista distanciar-se do seu potencial rival socialista, François Hollande, que é candidato e já prometeu propor a legalização do casamento homossexual e da adopção por casais homossexuais.

«Nestes tempos conturbados, quando a nossa sociedade precisa de pontos de referência, pensou que não devemos tornar confusa a imagem da instituição social fundamental que é o casamento», disse.
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