Laurent Sourisseau participava na reunião quando os atacantes irromperam na sala da redação. Mal viu um homem de metralhadora em punho, «Riss» atirou-se ao chão:
«Antes mesmo de ele começar a atirar, deitei-me. Deitei-me no chão, com a cara no chão. E depois ouvi apenas os sons do tiroteio. Ouvi apenas os tiros. Não houve gritos nem berros. Apenas tiros. Uma sucessão de tiros. E eu estava com o rosto contra o chão. A certa altura fui atingido no ombro e não me mexi. Fiz-me de morto».
O fingimento ter-lhe-á poupado a vida. Já a versão de que os irmãos Kouachi perguntaram pelos nomes dos alvos a abater, um por um, a começar pelo diretor do semanário, não corresponde à verdade:
«Quando o tiroteio terminou, eles aproximaram-se do meu colega Charb. Ele estava mesmo ao meu lado. Estava estendido no chão, com a cara virada para o chão e eles confirmaram que era ele mesmo. Disseram: “sim, é ele, é mesmo ele”. Foi o único nome que eles disseram».
Duas semanas após o ataque e os seguintes incidentes que terminaram com 17 mortos em três dias, o primeiro-ministro francês anunciou novas medidas antiterrorismo.
«Não pode subestimar-se a extensão e a dificuldade do trabalho dos serviços de informação», explicou Manuel Valls.
A injeção de 425 milhões de euros vai permitir criar novos postos de trabalho: mais 2.680 agentes na secreta francesa.