Obama espera eleições «livres e justas» na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na terça-feira que o seu Governo está atento aos acontecimentos na Venezuela, onde espera que a 7 de outubro ocorram umas eleições presidenciais «livres e justas».

«A minha grande preocupação em relação à Venezuela é que o povo venezuelano tenha voz nos seus assuntos internos», defendeu, ainda, em entrevista ao canal America TV de Miami.

Obama garantiu que Caracas «não representa um perigo» para os Estados Unidos, apesar de estar preocupado com a «aliança entre o Irão e a Venezuela de Hugo Chávez».

Na Venezuela, o vice-presidente Elías Jaúa e o ministro de Relações Interiores e Justiça, Tareck El Aissami, pediram ajuda aos governadores dos estados e aos presidentes de câmara para combater a insegurança no país.

«A segurança da população não depende somente do esforço do Executivo nacional, mas da participação de todos os níveis do Estado», argumentou El Aissami, durante um encontro do programa governamental «Grande Missão a Toda Vida Venezuela» no qual participaram governadores e autarcas.

O ministro explicou que cada região terá um «Comando de Integração Estadual» e «cada Estado terá uma política diferenciada» de combate à insegurança, segundo «a realidade e a complexidade de cada município e Estado».

Também na terça-feira estes dois membros do Governo de Hugo Chávez reuniram-se com representantes da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) na primeira aproximação para «apaziguar» as tensas relações dos últimos anos entre o Executivo e a Igreja católica.

«Queremos restabelecer um clima de respeito institucional e respeito político entre ambas instituições. A maioria dos [membros do Governo] do presidente Chávez são membros da comunidade católica», observou Elías Jaúa, no final do encontro com os representantes da Igreja católica venezuelana.

O encontro teve lugar na sede da CEV, em Montalbán (oeste de Caracas), e nele participaram, além de Tareck El Aissami, a ministra da Juventude, Mary Pili Hernández, o presidente daquele organismo religioso, Diego Padrón, e vários bispos católicos.

Já à noite, indivíduos lançaram a partir de uma moto onde seguiam um engenho explosivo contra a sede do diário La Costa, provocando um incêndio que destruiu uma viatura da empresa.

Segundo o chefe de redação do jornal, Wilmar Marval, o ataque teve lugar na localidade de Puerto Cabello (a 250 quilómetros a oeste de Caracas) e ocorreu pelas 20h45 horas locais (01h15 horas de hoje em Lisboa).

O ataque não provocou danos pessoais tendo sido necessária a intervenção dos bombeiros para combater as chamas que destruíram uma das viaturas do jornal.