«Há lugar para Deus no Second Life» - TVI

«Há lugar para Deus no Second Life»

  • Portugal Diário
  • 29 jul 2007, 13:00
Second Life (Arquivo)

Jesuítas querem usar mundo virtual para difundir fé

Relacionados
São mais de oito milhões de utilizadores. Têm casas, empregos, hobbies e por que não religião? Os jesuítas estão a utilizar o Second Life como forma de evangelização.

«O Second Life é um sinal de modernidade, um instrumento que deve ser utilizado», disse à BBC Brasil o padre Michele Simone, vice-diretor da Civilità Cattolica, revista onde publicou um artigo que incentiva os católicos a aderir ao Second Life.

O clérigo lembra que outras religiões já estão presentes no mundo virtual e que, portanto, seria «oportuno» que a Igreja Católica fizesse o mesmo. «Há espaço para Deus no universo cibernético. Seria bom que a ideia de Deus fosse apresentada de forma correcta no Second Life».

A proposta dos jesuítas é considerada inovadora no mundo católico. No artigo publicado na última edição da revista da congregação, afirmam que é «preciso ter coragem de se aventurar no mundo do Second Life, lugar onde uma crescente população mundial de cibernautas tem necessidade de receber uma mensagem de fé».

Riscos e oportunidades são analisados no texto da Companhia de Jesus. De acordo com os jesuítas, «a segunda vida virtual está cheia de locais de orações, mesquitas, igrejas, catedrais e conventos, sempre mais populosos de avatares, desejosos de meditar e encontrar Deus». Assinalam até que, no Second Life, existem grupos ou lugares de carácter religioso e espiritual.

«São 23 igrejas. E até há réplicas de catedrais como Notre-Dame (em Paris), catedral de Salzburgo, ou Saint Paul (em Londres).

Na avaliação dos jesuítas, «qualquer iniciativa capaz de animar positivamente esse lugar deve ser considerada oportuna. A terra digital é, a seu modo, também terra de missão», diz o texto.

Segundo o padre Simone, a ideia desse desafio nasce de um fato concreto: o fenómeno está em expansão e é importante que os católicos não estejam ausentes. Ao contrário, devem participar «para não deixar que a dimensão religiosa seja instrumentalizada ou ocupada por outros».

Foi também esta revista que, em 2005, convidou os católicos a entrar no mundo dos blogs e divulgar a fé na internet.

Hoje, são muitos os padres, bispos e cardeais de todo o mundo que criaram blogs para comunicar com os fiéis. Alguns, inclusive, criticam decisões tomadas pelo papa Bento XVI.

Estima-se que existam actualmente na internet mais de nove mil páginas de paróquias e congregações católicas. Uma versão religiosa do YouTube, o GodTube, também foi criada.

Até mesmo as irmãs carmelitas italianas, que vivem na clausura, contam seu dia-a-dia através de um blog.

Na última semana, foi a vez de o Vaticano inovar, lançando uma página virtual interativa na internet, colocando, inclusive, uma webcam direcionada ao túmulo do papa João Paulo II.
Continue a ler esta notícia

Relacionados