Primeiro romance português no Second Life - TVI

Primeiro romance português no Second Life

  • Portugal Diário
  • Marta Belchior
  • 17 jul 2007, 16:33
Capa do livro «O tempo das cerejas»

Realidade e virtual cruzam-se num acontecimento inédito em Portugal

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«O Tempo das cerejas» é o mais recente livro de Cláudia Galhós, que tem lançamento marcado para esta terça-feira, às 17:00, na maravilhosa ilha de Bora Bora do Second Life (SL). Este é o primeiro romance português passado e lançado no mundo virtual deste revolucionário jogo de computador.

Jonsy Lilliehook, a identidade virtual da autora, é a anfitriã deste acontecimento inédito em Portugal e que antecede o lançamento ao vivo da obra.

O livro «não se passa todo no Second Life, o Second Life acaba por entrar no quotidiano das personagens», disse Cláudia Galhós em entrevista ao PortugalDiário. Durante o processo de produção do romance, a autora foi vivendo, escrevendo e explorando o SL, até à criação daquilo que considera ser uma «grande fábula».

O jogo online aparece no livro através de uma personagem. «Faz tudo parte da matéria de sedução e sugestão que constrói a identidade de cada um», referíu.

Este é um livro que fala da procura de uma fuga, da vontade de continuar a viver. É um processo de morte, de momentos que impedem o homem de continuar a sonhar. «Apenas o amor e a aproximação das relações afectivas fortes, unidas em comunidade de valores profundos» podem salvar o indivíduo da selvajaria em que ele vive, sublinhou.

«Há momentos da vida em que estamos perdidos e que, para renascer, temos de passar por algum tipo de morte», confessou a autora. «As cerejas, como imagem, são essas belas gotas de sangue sob a delicada e pura pétala de folha branca ou levemente rosada da flor de cerejeira», continuou.

A importância do livro... para a autora

O romance é uma «maravilhosa contradição», revelou Cláudia Galhós. «Tenho um lugar de sonho, que agora associo ao espelho da Alice no País das Maravilhas ou do armário de Nárnia, e que é real. Quero dizer, é real na sua existência virtual», acrescentou.

«O encontro de hoje vai ser um grande encontro, tipo blind date ou festa de máscaras, em que, certamente, a maior parte das pessoas que lá vão, vão motivadas por este desafio», disse.



O livro «é um exercício quase de salvação, de evasão (talvez um pouco como a SL como possibilidade), através do explorar de entrar em contacto com um lado mais sensivel, mais vulnerável, menos controlado meu que apenas me permito viver e expressar através da escrita», explicou a autora.

«Um livro com banda sonora». É assim que Cláudia Galhós descreve este romance, por ter começado a ser escrito nos festivais de Verão de 2006. A obra encerra a triologia que começou com os Sensualistas e continuou com o Conto de Verão.
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