A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirma que ainda existem restos mortais por recolher do local onde caiu o avião da Malaysia Airlines, alegadamente abatido por separatistas pró-russos, o desastre que matou 298 pessoas que seguiam de Amesterdão para Kuala Lumpur.
«Observámos a presença de partes de corpos no local, [e] não observámos quaisquer atividades de recolha a decorrer», afirmou Michael Bociurkiw, um representante da OSCE, à Reuters.
As afirmações do representante da OSCE reforçam as declarações de um analista forense holandês que afirmou que o comboio chegou na manhã desta terça-feira ao este da Ucrânia, com os restos mortais das vítimas, tinha um terço dos corpos em falta.
Segundo o «Washington Post», Jan Tuinder, o chefe da equipa internacional de analistas forenses, garante que apenas 200 corpos chegaram de Donetsk a Kharkiv.
O número de corpos é significativamente mais baixo do que os 282 corpos, mais 87 partes que se pensa pertencerem às 16 vítimas restantes, que os oficiais ucranianos disseram ter recuperado.
Questionado sobre a diferença nos números, Michael Bociurkiw, da OSCE, garantiu que 290 corpos foi o último número avançado, mas que os observadores «não tiveram forma de verificar a contagem».
Jan Tuinder está seguro dos corpos em falta, mas acredita na recuperação das restantes vítimas.
«Estou seguro de que o número é 200. [As restantes vítimas] serão encontradas. Temos de encontrá-las», afirmou.
O comboio esteve parado durante dias perto do local do desastre, em Torez, e chegou pelas 12:30 (hora local) a Kharkiv, onde era esperado por 90 analistas forenses e 30 diplomatas.
«Foi um momento muito emocional», contou Tuinder.
Os corpos foram analisados por especialistas da Holanda, França, Malásia e Austrália, todos países das vítimas do desastre. Anteriormente já tinham sido numerados e etiquetados por responsáveis da Interpol, segundo informações da agência Reuters.
«Os restos mortais das vítimas recuperados até agora foram etiquetados e numerados antes de serem transportados nos vagões frigoríficos de Donetsk para o centro de operações em Kharkiv, onde a equipa de especialistas realizou os primeiros exames», disse a Interpol em comunicado.
O primeiro grupo de corpos será enviado para a Holanda na manhã de quarta-feira, onde o processo de identificação das vitímas vai começar.
A entrega dos corpos e das caixas-negras do avião trazem alguma esperança de que uma investigação séria sobre o que aconteceu possa ter lugar. No entanto, os observadores da OSCE garantem que o local do desastre foi adulterado.
MH17: ainda há corpos por recolher no local do desastre
- Redação
- EC
- 22 jul 2014, 20:14
02:11
Voo MH17: especialistas malaios tentam recolher provas
Avião malaio despenha-se na Ucrânia
Um comboio com os restos mortais das vítimas chegou ao este da Ucrânia, esta manhã, mas com um terço dos corpos em falta
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