«Que se j...» virou lema dos protestos e canção em Espanha - TVI

«Que se j...» virou lema dos protestos e canção em Espanha

Que se joda Andrea Fabra

Expressão da deputada do PP Andrea Fabra aproveitada pelos que contestam os cortes

Andrea Fabra deu um lema aos protestos contra os cortes anunciados em Espanha. A expressão da deputada do PP, que soltou um «Que se jodan» quando Mariano Rajoy anunciou reduções nos apoios aos desempregados, virou mote para cartazes e palavras de ordem nas manifestações que têm acontecido em Espanha desde a quarta-feira passada. E também já deu uma canção.

«Que se jodan los ministros, que no dicen ni palabra, y si soy parado digo que se joda Andrea Fabra» é o refrão da música de Diego Escusol, cantautor nos tempos livres, que em poucos dias se converteu em tendência no Youtube, onde um dos vídeos da canção colocados por utilizadores tinha ao final da manhã desta segunda-feira mais de 250 mil visualizações.



Escusol, que é funcionário administrativo da UGT espanhola e lançou o seu primeiro disco há quatro meses, diz que considerou «indignante e humilhante» a reação da deputada em pleno Parlamento. «Fiquei com vontade de contestar, de desabafar, e lembrei-me de o fazer com esta canção», explicou ao «El Pais».

A expressão de Fabra foi considerada um insulto aos desempregados, ainda que a deputada tenha garantido que não se dirigia aos desempregados, mas à bancada socialista. Filha de Carlos Fabra, um conhecido político espanhol alvo nesta altura de várias acusações de corrupção e tráfico de influências, Andrea Fabra tem estado debaixo de fogo desde então.

Nesta segunda-feira, a secretária-geral do PP, Maria Dolores de Cospedal, veio dizer que a atitude de Fabra foi «censurável» e «não é o melhor exemplo de cidadania», mas diz que não vai abrir nenhum processo à deputada. «Se tomássemos medidas neste caso teríamos que as tomar também sobre metade da câmara no Parlamento», afirma a responsável dos populares, citada pelo «El Mundo».

O «El Pais» cita de resto elementos do PP a garantir que o uso de expressões similares é comum nas bancadas parlamentares e que naquele dia se ouviu um deputado popular, não identificado, dizer mesmo «Vão trabalhar, vadios.» O «Diário Oficial» de sessões parlamentares, que transcreve o que se diz no plenário, refere apenas que um «senhor deputado» disse «Vão trabalhar» e que outro respondeu «Trabalha tu», quando Rajoy referiu algumas das regalias que irão ser retiradas aos funcionários públicos.
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