Venezuela vai investigar se Chávez foi assassinado

O Governo venezuelano revelou que vai abrir um inquérito para investigar as suspeitas de que Hugo Chávez, que morreu no passado dia 5, ao que tudo indica vítima de cancro, teria sido assassinado.

O presidente interino Nicolás Maduro já tinha acusado os «inimigos da Venezuela» de estarem por detrás da morte de Chávez, recentemente afirmou que o cancro do «comandante» «rompia toda a normalidade» da doença, mas, nesta quinta-feira, em declarações à BBC, foi a vez de o ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramirez, afirmar que os Estados Unidos e Israel podem ter planeado o «atentado».

Noutro plano, Nicolás Maduro disse, na noite de quarta-feira, que aceitará um debate com o seu opositor Henrique Capriles se este pedir perdão publicamente à família de Hugo Chávez por ter duvidado da data da sua morte.

«Se o candidato da oposição se retratar e pedir desculpas públicas à família, se pedir perdão, publicamente, ao povo (...) eu penso que poderíamos realizar um debate público ou os que o povo entender», afirmou Maduro, numa entrevista ao canal privado Venevisión, também transmitida pela estatal VTV.

Maduro acrescentou, ainda, que Capriles «cometeu muitas e graves ofensas contra a memória do comandante Hugo Chávez», ao referir-se a declarações que o também governador do estado de Miranda fez domingo colocando em causa que Chávez tivesse morrido no dia anunciado pelo Governo.

Recorde-se que o jornal ABC noticiou que Chávez estaria em Cuba quando morreu.

Maduro admitiu, também, que o embalsamento do corpo de Hugo Chávez é, afinal, um processo muito difícil. O presidente interino revelou que em Caracas estiveram peritos russos e alemães, especialistas que garantiram que os prepararativos para embalsamar o cadáver do «comandante» deviam ter começado muito antes.

Chávez, que morreu a 5 de março, tem estado exposto na Academia Militar da Venezuela e deve ser transferido nesta sexta-feira para o Museu Histórico Militar.

Na próxima semana, o Parlamento debate a emenda constitucional que permitirá a trasladação de Chávez para o Panteão Nacional, túmulo de Símon Bolívar.