Terrorismo: Annan critica erosão de liberdades - TVI

Terrorismo: Annan critica erosão de liberdades

  • Portugal Diário
  • 30 nov 2007, 14:45

Antigo secretário-geral da ONU diz que combate a fenómeno interfere com os direitos das pessoas

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O combate ao terrorismo global está a ser usado para diluir as liberdades civis em vários países, acabando por interferir nos direitos das pessoas, considerou hoje o antigo secretário-geral da ONU Kofi Annan, noticia a Lusa.

Annan falava em Málaga no 2º Encontro Sociedade do Conhecimento (ENCODE), em que participa, entre outros, o ex-presidente da República, Mário Soares, e que analisa temas de interesse global, como o terrorismo.

Para Kofi Annan, actual presidente do Fórum Humanitário Global, o terrorismo «mata relativamente poucas pessoas, mas cria medo» e ajuda a favorecer uma «tendência de exclusão».

Por isso questiona se os indivíduos estão protegidos quando se lhes pede que renunciem às suas liberdades e direitos civis para lutar contra o terrorismo.

Na sua intervenção, Annan aludiu ainda a outras ameaças globais e a desafios como as alterações climáticas, apelando ao sector privado e aos cidadãos para que se envolvam na solução de problemas como a pobreza e a SIDA.

«A nível global há grandes ameaças que nenhum governo sozinho pode solucionar, como a pobreza, a violação dos direitos humanos, o terrorismo, as doenças infecciosas e a degradação ambiental», explicou.

Referiu-se ainda ao perigo de que a Internet deixe de ser um veículo da liberdade de expressão, apesar de reconhecer que é «muito difícil» alguém controlar a rede global: «alguns governos tentaram e deram-se conta de que é muito difícil».

Kofi Anann manifestou-se ainda preocupado com o impacto no preço do petróleo de maior instabilidade no Médio Oriente, considerando que é responsabilidade de todos procurar a pacificação no Iraque «para evitar que se envenene ainda mais o ambiente na região».

«É verdade que os Estados Unidos criaram esse problema, mas todos temos que encontrar a fórmula de colaborar porque se se permite que continuem os problemas, todos pagaremos no futuro», insistiu.
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