Timor: Ana Gomes emocionada e perturbada - TVI

Timor: Ana Gomes emocionada e perturbada

  • Portugal Diário
  • 11 fev 2008, 14:54
Ramos Horta entra numa ambulância no aeroporto de Darwin (SHANE EECEN/EPA)

«Atitude apaziguadora» para com o major Reinado «não poderia dar bons frutos», diz

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Ana Gomes, antiga embaixadora de Portugal na Indonésia, considerou esta segunda-feira que os ataques contra o Presidente e primeiro-ministro timorenses resultam de uma «atitude contemporizadora» para com o major Reinado, e espera doravante uma melhor aplicação da Justiça no território.

Em declarações à Lusa em Bruxelas, a eurodeputada socialista Ana Gomes manifestou a sua «emoção e perturbação» pelos ataques contra o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que «felizmente» escaparam ilesos, e também «algum alívio por Reinado estar morto».

Ramos Horta em coma

Sócrates «chocado»

O major Alfredo Reinado, morto durante o ataque, que liderou, contra Ramos-Horta (atingido a tiro), era, segundo Ana Gomes, «um criminoso e um indivíduo desequilibrado», um «Rambo» idolatrado pelos gangs de jovens desempregados, para com o qual as autoridades timorenses, e também australianas e da própria ONU, foram «demasiado apaziguadoras».

Recordando que Reinado foi figura central na crise política e militar de Maio de 2006, tendo então cometido assassinatos que estão documentados, Ana Gomes apontou que a «atitude demasiadamente apaziguadora» adoptada pelas autoridades «não poderia dar bons frutos, como demonstram os dramáticos episódios de hoje».

«Este dramático episódio mostra que não é possível lidar com criminosos de forma frouxa e espero que sirva de lição. A tentação de ser demasiado apaziguador é prejudicial, mina a gestão da Justiça e as bases do direito fundamental», comentou Ana Gomes, que espera a partir de agora «mais firmeza das autoridades de Timor e de quem lá está a apoiá-las».

A antiga embaixadora de Portugal em Jacarta considera por outro lado que é necessário continuar a seguir atentamente outros revoltosos e os gangs que apoiavam Reinado, mas manifestou-se convicta de que estes desmobilizarão sem a sua liderança, e dadas as circunstâncias em que foi morto, quando atentava contra a vida do Presidente de Timor.
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