Maputo: novo tiroteio e mais barricadas nas ruas - TVI

Maputo: novo tiroteio e mais barricadas nas ruas

Registo de novos incidentes. O voo da TAP que esteve retido na capital de Moçambique já chegou a Lisboa. Seis mortos confirmados desde o início dos confrontos

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NOTÍCIA ACTUALIZADA ÀS 11:20

A noite e madrugada foram calmas em Maputo. Esta manhã, no entanto, já há registo de incidentes na capital moçambicana.

Há mesmo relatos de um forte tiroteio na Avenida Julius Nyerere, entre Magoanine e Xiquelene, constatou a Agência Lusa. No local está um grande contingente policial, da PRM (Polícia da República de Moçambique) e da Força de Intervenção Rápida.

Populares arrastaram contentores de lixo para a estrada, voltando a erigir barricadas, queimando pneus na zona do Zimpeto, periferia de Maputo, onde se registam confrontos com a polícia.

O Zimpeto fica na zona de saída de Maputo, em direção ao norte do país. Na manhã de hoje, algumas pessoas tentaram sair da cidade de carro, mas foram impedidas por populares. Maputo continua isolada.

De acordo com o último balanço oficia, desde o início dos confrontos há registo de seis mortes. Após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido, adiantou, ainda, que mais de 80 pessoas ficaram feridas.

Polícia nos bairros

Também já hoje se registaram confrontos entre manifestantes e polícia na Avenida do Trabalho, no bairro da Chamanculo, com estradas cortadas e pneus a arder. A polícia está a fazer rusgas no bairro.

Os transportes públicos continuam sem funcionar, esta quinta-feira, obrigando milhares de pessoas a andar a pé. O comércio mantém-se encerrado, avança a agência Lusa.

Um dia depois dos violentos confrontos entre a polícia e manifestantes , que em protesto contra o aumento do custo de vida cortaram os acessos a Maputo e várias ruas dentro da capital, a situação é de calma no início da manhã. Nos bairros periféricos, onde na quarta-feira se registou a maior violência, não há confrontos e regista-se forte presença policial nalguns locais, constatou a Lusa no local.

Na quarta-feira, pelo menos dez pessoas morreram, nos confrontos mais violentos, em vários anos. Em Maputo, registou-se ainda uma centena de feridos.

As marchas de protesto popular contra o aumento dos preços da água, electricidade e pão acabaram em vandalismo, pilhagens e confrontos com a polícia. A confusão começou nos subúrbios, mas rapidamente chegou ao centro da cidade.

O principal partido da oposição, a Renamo, acusou as autoridades de ter usado balas reais contra os manifestantes e exige a demissão do ministro do Interior.

O presidente Armando Guebuza já falou ao país e apelou à calma e à serenidade.

«Vi com os meus olhos disparos de fogo real»

Maputo: duas crianças mortas pela polícia

Com três horas de atraso, o voo da TAP, retido em Maputo, aterrou no aeroporto de Lisboa. À chegada, ouviram-se testemunhos de quem assistiu aos confrontos. Há casos de pessoas que chegaram a ser apedrejadas.
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