Benazir Bhutto lega poder ao filho de 19 anos - TVI

Benazir Bhutto lega poder ao filho de 19 anos

  • Portugal Diário
  • 30 dez 2007, 13:05
Protestos no Paquistão, depois do atentado que matou Benazir Bhutto

Paquistão: viúvo da antiga primeira-ministra vai concorrer às eleições

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[Última actualização às 15h59]

O filho e o marido de Benazir Bhutto vão suceder à antiga primeira-ministra paquistanesa, assassinada na passada quinta-feira, na liderança do Partido Popular do Paquistão (PPP). Bilawal, com apenas 19 anos, é o novo presidente da formação política, e o seu pai, Asif Ali Zardari, o vice-presidente. Enquanto o jovem não terminar os seus estudos na Universidade britânica de Oxford, o viúvo de Bhutto tomará conta dos destinos do PPP e será candidato às próximas eleições legislativas.

Asif Ali Zardari e o seu filho viram os seus nomes serem confirmados pelo comité central do PPP. A cúpula do partido reuniu-se na casa da família Bhutto, em Nauredo, na província de Sindh, e escutou da boca de Bilawal o testamento político da antiga líder.

Depois de ter lido o seu próprio nome e o do seu pai, os dirigentes do PPP aprovaram de braço no ar, entre lágrimas, a indicação escrita legada por Benazir Bhutto, segundo relataram as cadeias televisivas paquistanesas.

«A democracia é a melhor vingança»

A juventude de Bilawal e a sua carreira académica vai afastá-lo, para já, de exercer o seu cargo em plenas funções. Mas, superada a crise de liderança no PPP, o filho de Benazir Bhutto deu sinais de não querer que as eleições paquistanesas, agendadas para 8 de Janeiro, sejam adiadas, tal como o seu pai que apelou a Nawaz Sharif - ex-primeiro-ministro e candidato - a não boicotar o escrutínio, numa altura em que até o próprio partido no poder admite o seu adiamento.

Numa das primeiras declarações aos jornalistas, Bilawal recordou uma máxima de Bhutto. «A minha mãe sempre disse que a democracia é a melhor vingança».

Já o seu pai afirmou que não pretende dar a «oportunidade» ao presidente Musharraf de «fugir» às eleições.

Família não quer exumação, mas pede que ONU investigue

Com a polémica sobre a causa da morte de Benazir Bhutto ainda acessa, o viúvo da antiga líder política expressou o desejo de que esta não seja exumada. Esta possibilidade foi avançada pelo governo paquistanês, depois da explicação oficial da morte da antiga primeira-ministra ter sido constestada.

Os dirigentes do PPP dizem não acreditar que esta tenha sucumbido fatalmente a uma pancada com a cabeça no veículo onde seguia, garantindo que foi atingida por, pelo menos, duas balas.

Já sobre a autoria do atentado do passado dia 27, Asif Ali Zardari defendeu que seja investigada por uma comissão das Nações Unidas. Pois este é um tema que também não é consensual.

O governo garante ter «provas irrefutáveis» de que foi o ramo da Al-Qaeda no país que cometeu o ataque. Mas o presumível líder do grupo, Baitullah Mehsud, nega qualquer envolvimento, dizendo que a tribo a que pertence «não mata mulheres».
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