Navio com sete tripulantes capturado nas Seychelles

Um navio com sete tripulantes a bordo, todos das Seychelles, a operar naquele arquipélago, foi capturado por piratas depois de ter desembarcado turistas numa das suas ilhas, revelaram esta quarta-feira fontes oficiais, escreve a Lusa.

A identidade dos piraras, a data da operação e o destino do navio, que estaria actualmente a navegar na direcção das costas somalis, não foram ainda claramente estabelecidos.

«O governo condena firmemente qualquer acto que vise os bens e o povo das Seychelles», sublinhou o ministro dos Transportes daquele arquipélago do Oceano Índico, Joel Morgan.

Piratas somalis sequestram dois barcos

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Patrick Pillay, indicou à imprensa ter contactado as forças navais na região que, segundo ele, «se comprometeram a procurar o navio».

A semana passada, o responsável da polícia das Seychelles indicara que três marinheiros estavam retidos como reféns por piratas somalis depois do sequestro do seu veleiro que tinha deixado o arquipélago a 28 de Fevereiro com destino a Madagáscar.

Os piratas somalis atacaram mais de 130 navios mercantes ao largo da Somália o ano passado, um aumento de mais de 200 por cento em relação a 2007, segundo os números do Gabinete Marítimo internacional.

Face ao recrudescimento dos ataques, muitos países enviaram navios de guerra para o largo da Somália, que mergulhou no caos desde o início de uma guerra civil em 1991.

Ataques diários

Desde o início do ano foram sequestrados sete navios, embora tenha havido 10 vezes mais ataques em Janeiro e Fevereiro de 2009 do que no mesmo período de 2008. Em Março os ataques têm sido quase diários.

A 26 de Março, a NATO anunciou que a sua flotilha de cinco navios retomava as patrulhas ao largo do Corno de África, juntando-se aos 20 navios de guerra da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e outros navios que estão a tentar parar os ataques dos piratas na zona.

Graeme Gibbon Brooks, fundador da companhia de segurança privada Dryad Maritime Intelligence, com sede em Londres, disse que os últimos sequestros mostram que os piratas estão a mudar a área onde operam para o Oceano Índico.

Missão da NATO

A missão da NATO comandada por Portugal, alterada, devia chegar à Somália para combater pirataria no fim de Março.

A fragata «Álvares Cabral» da Marinha Portuguesa assumiu o comando da força naval permanente da Aliança Atlântica - o Standing NATO Maritime Group One (SNMG1) - no final de Janeiro, indo liderar a «Operação Pérola», inicialmente apenas de patrulhamento marítimo no Sudoeste asiático, passando em países com a Índia, o Paquistão e a Austrália.

A fragata portuguesa é tripulada por mais de 150 militares e tem ainda um helicóptero «Lynx» integrado.