Sonda espacial vagueia no cosmos há 35 anos - TVI

Sonda espacial vagueia no cosmos há 35 anos

  • Portugal Diário
  • 27 fev 2007, 12:34

Durante mais de 30 anos enviou informações inéditas sobre Júpiter e Plutão

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A primeira sonda enviada para investigar Júpiter e as regiões mais longínquas do Sistema Solar, a Pioneer 10, vagueia agora em silêncio no espaço, 35 anos depois de ter iniciado a sua missão pioneira, informa a agência Lusa.



Lançada a 2 de Março de 1972 para uma missão de 21 meses, a sonda enviou durante mais de 30 anos informações inéditas sobre Júpiter e Plutão, até deixar de emitir sinais a 22 de Janeiro de 2003.

A missão Pioneer 10 conta-se entre «as mais históricas e cientificamente mais ricas da exploração espacial», diz Colleen Hartman, directora da divisão de exploração do Sistema Solar da NASA.

No seu último contacto, o engenho estava a 12,2 mil milhões de quilómetros da Terra, cerca de 82 vezes a distância entre esta e o Sol, e dirigia-se para a estrela vermelha «Aldebaran», que forma o olho da constelação Touro, onde poderá chegar dentro de dois milhões de anos.

«A Pioneer 10 foi uma pioneira no verdadeiro sentido da palavra», afirmou Hartman. «Depois de ter passado Marte na sua longa viagem até ao espaço profundo, aventurou-se em zonas onde nenhum veículo construído pela humanidade tinha antes passado», acrescentou.

A 15 de Julho de 1972, a Pioneer 10 foi a primeira nave espacial a entrar na cintura de asteróides existente entre Marte e Júpiter, tendo depois acelerado até 130.000 kms/h e passado por Júpiter a 3 de Dezembro de 1973.

A sonda realizou as primeiras observações detalhadas e directas de Júpiter , permitindo mapear os anéis de radiações do planeta, localizar o seu campo magnético e determinar a sua composição predominantemente líquida.

Foi também a primeira e até agora, única nave humana, a passar por Plutão, o planeta mais afastado do Sol e excluído do Sistema Solar em Agosto de 2006 pela União Astronómica Mundial, que o despromoveu para a categoria de «planeta anão».

Na última fase da sua missão, a Pioneer 10 explorou as regiões mais distantes do Sol, tendo estudado a composição dos ventos solares e dos raios cósmicos que entram na porção solar da Via Láctea, até terminar a sua missão científica em 31 de Março de 1997.

Depois dessa data limitou-se a enviar sinais fracos, que acabaram por se extinguir nos princípios de 2003, o que a converteu numa nave fantasma na imensidão do cosmos.

Para eventualidade de contactar outros seres, a sonda leva a bordo uma placa em ouro com uma descrição de um ser humano, a localização da Terra e a data do início da missão.
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