China: Cinco milhões de desalojados - TVI

China: Cinco milhões de desalojados

China depois do sismo

Campos fornecem alimentos, cuidados de saúde e higiene

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A China entrou esta quarta-feira no terceiro e último dia de luto nacional, com o maior desafio depois do sismo que, segundo as autoridades, consiste em alojar os cinco milhões de pessoas que perderam as suas casas na tragédia, escreve a agência Lusa.

Mais de uma semana após o desastre, o plano das operações na zona devastada mudou a prioridade, passando de um estado de emergência para um cenário de recuperação.

Segundo os relatos da imprensa estatal chinesa, milhares de pessoas vivem em cidades-tenda que providenciam abrigo, alimento e tratamento médico às vítimas do sismo de Sichuan que sobreviveram.

O governo já fez um apelo dando conta da urgência de tendas e equipas estrangeiras de especialistas. Médicos e enfermeiros encontram-se a trabalhar no terreno, em colaboração e por turnos, com as equipas especializadas em busca e salvamento, entre as quais há equipas russas, alemãs e japonesas.

O último balanço oficial confirmou que o sismo de dia 12 provocou a morte a mais de 40 mil pessoas, admitindo que este número pode subir porque ainda há cerca de 32 mil pessoas desaparecidas.

Equipas de socorro vão desaparecendo

Depois da tragédia, além de apoiar os sobreviventes, tornou-se urgente tratar dos corpos das vítimas para evitar qualquer surto de doença na zona atingida onde milhares de desalojados vivem em campos de tendas e se debatem com o acesso restrito a água potável. Cerca de 280 mil tendas foram enviadas para a província e outras 700 mil foram encomendadas. O governo de Sichuan estimou que são precisas 3 milhões de tendas.

Segundo a agência noticiosa oficial Nova China, o Conselho de Estado informou hoje que 80 por cento dos corpos encontrados em Sichuan já foram sepultados ou cremados. De acordo com as autoridades, os cadáveres foram fotografados, registados pela polícia e os médicos colheram amostras humanas para a realização de testes de ADN, para elaborar uma base de dados com vista à posterior identificação dos cadáveres de desconhecidos.

Sobreviventes em pânico com anúncio de forte réplica

200 socorristas apanhados por desabamento de terras

Nove dias após o sismo, a actividade das equipas de socorro vai diminuindo perante a esperança quase nula de encontrar ainda sobreviventes entre os escombros. Ainda segundo a Nova China, o último salvamento aconteceu na terça-feira à tarde quando uma mulher de 60 anos foi resgatada com vida de entre os destroços de um templo em Pengzhou.

No campo de Qianfo em Anxian, capital provincial de Sichuan, centenas de grandes tendas azuis povoam os campos de arroz e cevada e são a casa temporária de aproximadamente 4.600 pessoas. Cerca de 90 por cento destes desalojados são das montanhas que rodeiam a aldeia de Chaping, cujas estradas permanecem cortadas.

No campo há uma clínica, distribuição diária de comida, instalações sanitárias, recolha de lixo e há planos para uma escola temporária. Altifalantes relembram regularmente as regras de higiene e apelam à verificação da saúde de cada pessoa como formas de precaver surtos de doenças.

Governo vai providenciar vários tipos de subsídios

O Ministério das Finanças chinês anunciou hoje que vai distribuir 2,5 mil milhões de renminbi, cerca de 200 milhões de euros, de subsídios temporários às populações mais atingidas pelo sismo.

De acordo com a agência oficial Nova China, as pessoas que ficaram desalojadas ou perderam a sua forma de sustento vão receber um subsídio diário de 10 renminbi, cerca de 90 cêntimos por dia, e de 500 gramas de comida durante três meses.

Os órfãos e idosos que perderam as suas famílias bem como as vítimas que ficaram fisicamente afectadas vão receber uma mesada de 600 renminbi, cerca de 55 euros.
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