Alkatiri espera desculpas de Xanana e Ramos Horta - TVI

Alkatiri espera desculpas de Xanana e Ramos Horta

  • Portugal Diário
  • 5 fev 2007, 10:44

Ex primeiro-ministro de Timor não vai ser julgado e admite candidatura à Presidência

Relacionados
O secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse esta segunda-feira esperar que o Presidente da República e o actual chefe de Governo «saibam reconhecer publicamente o erro» que levou à sua demissão, em Junho de 2006. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

«Eles sabem perfeitamente os corredores que fizeram para me forçarem a sair do Governo», acrescentou Mari Alkatiri na conferência de imprensa em que anunciou o arquivamento do processo-crime aberto em Junho de 2006.

No encontro com os jornalistas, Alkatiri sublinhou que preenche «todos os requisitos» para se candidatar à Presidência da República.

«Fui finalmente notificado pela Procuradoria-geral da República de que o processo foi arquivado por falta de provas», declarou Mari Alkatiri perante uma assistência de cerca de setenta pessoas, entre líderes da Fretilin, membros do Executivo, simpatizantes (timorenses e portugueses) e jornalistas.

O líder da Fretilin estava ladeado pelos seus dois defensores timorenses, José Guterres e Arlindo Sanches, «advogados de uma equipa multinacional, sem ser monopolista».

Mari Alkatiri repetiu estar em público «a pedir tolerância, a pedir paciência e evitar uma guerra civil em Timor-Leste», um perigo que «existiu mas já não existe».

O líder da Fretilin acentuou o que espera de Xanana Gusmão e de José Ramos Horta: «Vão ter que se retractar».

«Quando se diz que alguém não é culpado, abre-se uma nova página», explicou Mari Alkatiri perante uma plateia que acompanhou as suas declarações e resp ostas com aplausos.

«Tenho várias canais para usar mas acho que ainda podemos acreditar na grandeza moral dos nossos líderes. Que eles saibam reconhecer o erro. Não quero usar as leis e de novo o sistema judicial para repor, na sua totalidade, o meu nome e a minha imagem», acrescentou.

O líder da Fretilin deixou a chefia do Governo a 25 de Junho de 2006 na sequência da crise política e militar de Abril e Maio, em que houve quebra da cadeia de comando das forças de segurança e entrega de armas a civis.

«Que fique claro: irei entregar-me totalmente ao processo eleitoral, para mostrar de que lado está o povo", concluiu.

O arquivamento do processo, por falta de provas, já tinha sido noticiado em Dezembro, mas na altura o Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro, não o tinha confirmado.

O envolvimento de Mari Alkatiri na alegada distribuição de armas a civis custou-lhe o cargo de primeiro-ministro, de que se demitiu a 26 de Junho do ano passado, tendo sido substituído por José Ramos Horta, seu ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
Continue a ler esta notícia

Relacionados