EUA: Obama põe fim à «lei seca» na Casa Branca - TVI

EUA: Obama põe fim à «lei seca» na Casa Branca

Bush recebeu Obama na Casa Branca

Bush não consumia bebidas alcoólicas, mas o novo presidente fez regressar o vinho e os cocktails

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Menos de três semanas após a sua tomada de posse, uma das mudanças que Barack Obama, já introduziu na Casa Branca pode ser saboreada, refere a Lusa.

Ao contrário de George W. Bush, que não bebia qualquer espécie de bebida alcoólica (depois de uma juventude em que abusou do álcool e mesmo de drogas), Barack Obama indicou já pelas suas acções que vê no vinho, em particular, e nas bebidas alcoólicas, em geral, uma oportunidade para trocar opiniões em boa companhia num ambiente descontraído.

Primeiro foi o jantar em casa do conhecido colunista conservador George Will, em que foi servido «bom vinho».

Depois, já na semana passada, foi um «cocktail» ao fim do dia na Casa Branca para congressistas de ambos os partidos, numa tentativa conquistar apoio bipartidário para o seu plano de estimulo económico, um indício talvez de que, devido à crise, Obama é de opinião que todos precisam de se acalmar com uma bebida.

No Domingo, na festa na Casa Branca para se assistir à final do campeonato de futebol americano, a receita foi repetida.

Um porta-voz disse que, além de diversos «snacks» como pizza e sandes, havia um bar para os políticos de ambos os partidos convidados para festa. Os cínicos disseram que foi uma tentativa de Obama demonstrar a validade do ditado latino «in vino veritas» (com o vinho se descobre a verdade).

Apreciador de bons vinhos e bons restaurantes, Barack Obama possui na cave da sua casa, em Chicago, uma garrafeira de 1.000 garrafas de vinho, segundo a revista norte-americana Wine Enthusiast, que colocou uma foto do presidente na capa da sua última edição.

Irónico é também o facto de a garrafeira de Obama em Chicago ter mais vinhos do que a cave da Casa Branca.

Daniel Shanks, o escanção da Casa Branca, disse à agencia Bloomberg que existem actualmente na residência presidencial «entre 500 e 600 garrafas de vinho», algo que o crítico de vinhos Mike Steinberger disse ser «patético e mais um exemplo de como se permitiu a deterioração das infra-estruturas do país».

O enólogo disse que Obama deveria de imediato «estabelecer o objectivo de ter uma garrafeira na Casa Branca de 3.000 garrafas no final do seu primeiro mandato», o que seria «uma pequena mas significativa contribuição para a nossa fraca economia».

Com o regresso do vinho e dos «cocktails» à Casa Branca, Obama está também a fazer regressar à presidência uma tradição histórica que data da fundação do país.

Consta dos livros de história que, depois da elaboração da Constituição norte-americana, em 1787, os 55 políticos que participaram no processo organizaram uma festa em que, para além de vinho francês (a França foi aliada dos independentistas norte-americanos), foram também consumidas 22 garrafas de vinho do Porto e 54 garrafas de vinho da Madeira.

É pouco provável, no entanto, que o vinho português regresse para já aos menus e festas oficiais da Casa Branca, depois de Lyndon Johnson ter introduzido o princípio de que só vinhos norte-americanos podem ser servidos em jantares ou festas oficiais.

Obama é mais conhecido entre os seus amigos por ser «viciado no ginásio e no basquetebol», não havendo portanto qualquer perigo de excessos.

Mas certo é que Obama parece acreditar que o vinho em moderação é uma abertura para o diálogo e troca de ideias, mesmo que corra o risco de a sua imagem se impor como a de um elitista desligado dos interesses das classes trabalhadoras norte-americanas.

Contudo, no futuro, o que os historiadores irão analisar é se a presidência de Obama, tal como o vinho, azedou, ou melhorou com o passar dos anos.
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