«Explosão» de doenças

Novas doenças infecciosas surgem actualmente a um ritmo sem precedentes, avisou esta quarta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), apelando para uma melhor cooperação internacional para fazer face aos riscos sanitários de século XXI, escreve a Lusa.

Trinta e nove novos agentes patogénicos, entre eles o vírus da sida, o vírus da febre hemorrágica do Ebola estão identificados desde 1967, segundo um relatório da OMS.

Os novos riscos sanitários incluem não só as epidemias mas também doenças de origem alimentar, de acidentes ou de ataques químicos, biológicos ou nucleares, a poluição industrial e as mudanças climáticas «que podem pôr em causa milhões de pessoas em vários países».

«Tendo em conta a vulnerabilidade à escala planetária actualmente face a estes riscos, a melhoria da segurança passa por uma solidariedade mundial», declarou Margaret Chan, directora geral da OMS, no relatório anual sobre saúde no mundo intitulado «Um futuro mais seguro».

O livre acesso aos conhecimentos, às tecnologias e aos materiais diversos, incluindo os vírus e outras amostras biológicas, é «necessário para assegurar uma melhor segurança mundial», acrescenta o relatório.

Cada ano, uma ou mais doenças surgem, revelou a OMS, que alerta nomeadamente para a mobilidade das populações.

«As companhias aéreas transportam mais de dois milhares de passageiros por ano, o que permite que os portadores de doenças as transmitam de um país para o outro em poucas horas», revela a OMS.

A evolução dos micro-organismos e das resistências aos antibióticos são outros factores de "explosão" do número de novas doenças.

A OMS introduziu este ano um novo Regulamento Sanitário Internacional, aplicável nos seus 193 Estados Membros, que estipula a maneira como os países devem avaliar e notificar a OMS das urgências de saúde pública de nível internacional.