O conselheiro delegado da Prisa, Juan Luis Cebrián, lamentou o falhanço das negociações para a entrada da PT na Media Capital e criticou a «agitação política» que rodeou o negócio.
«Teríamos gostado muito de ser parceiros da PT. Acreditamos que nos processos audiovisuais, ser sócios das empresas de telecomunicações, neste momento, é muito interessante para elas e para nós», disse Cebrián, entrevistado pela Lusa.
«Houve alguma agitação política sobre este tema, equivocadamente, porque o que tínhamos estabelecido eram negociações estritamente profissionais que, infelizmente, não chegaram a bom termo», acrescentou.
Em relação à agitação causada pelo fim do Jornal Nacional da TVI, o administrador-delegado rejeitou influência externa na decisão, mas admitiu que «amigos avisaram que o Jornal não coincidia com o estilo da Prisa».
«Aliança estratégica» com a Telefónica
Um eventual acordo com a PT, que poderia depois ser alargado a outros mercados, incluindo oBrasil, será parcialmente substituído pela «aliança estratégica» que o grupo está a negociar com a Telefónica, e que passa pela venda da plataforma de televisão paga, a Digital Plus.
«Estamos a negociar com a Telefónica uma aliança estratégica e se a fizermos, como espero, essa aliança deveria ser não apenas para o mercado espanhol mas para todo o mercado onde opera», disse, referindo-se ao Brasil, onde a Telefónica tem vários investimentos.
Por outro lado, o responsável da Prisa saudou o acordo alcançado com a Ongoing para a compra de «entre 25 e 30 por cento» da Media Capital, dona da TVI, antecipando uma colaboração «profissional e fluída».
A Ongoing «vai tomar uma minoria muito importante da companhia. Há um pacto de accionistas que os protege como minoria e que lhes dá determinados privilégios que entram nos privilégios padrão de minorias em sociedades cotizadas e que garantem que o seu investimento não vai ser refém da maioria».
«Esperemos que seja um relacionamento muito fluído e profissionalmente muito útil. São pessoas muito capazes e estamos muito contentes», frisou.
Esperança em acordo com a banca para saldar dívidas
O grupo tem esperança de alcançar um acordo com os bancos que permita resolver o problema da dívida de cinco mil milhões de euros.
«A negociação em curso ocorre numa altura em que a qualidade dos activos da Prisa é reconhecida e a capacidade de geração de caixa, apesar da empresa ter um problema na estrutura de capital do grupo que está a tentar resolver», admitiu Juan Luis Cebrián.
Prisa lamenta agitação e falhanço do negócio com a PT
- Redação
- DC
- 25 nov 2009, 10:51
Empresa espera acordo com os bancos para resolver dívida de 5 mil milhões
Continue a ler esta notícia