PS desafia Passos a tirar confiança política a Jardim - TVI

PS desafia Passos a tirar confiança política a Jardim

«Se o primeiro-ministro e presidente do PSD mantém o apoio político será conivente com uma situação de elevada gravidade»

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O secretário-geral do PS exigiu ao primeiro-ministro que ponha cobro aos défices encobertos na Madeira e que esclareça se mantém a confiança política em Alberto João Jardim enquanto recandidato a presidente do Governo Regional. Também o ministro das Finanças já reagiu e classificou a despesa escondida na Madeira como uma «grave irregularidade».

As declarações de António José Seguro foram proferidas na Assembleia da República, após o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal concluírem que o défice orçamental de Portugal de 2008, 2009 e 2010 terá de ser revisto em alta devido a um buraco nas contas da Madeira descoberto apenas nas últimas semanas.

António José Seguro deixou uma pergunta a Pedro Passos Coelho: «Face a esta situação continua a manter a confiança política no presidente do Governo Regional da Madeira e recandidato pelo PSD a presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim».

Segundo António José Seguro, «é altura do primeiro-ministro e líder do PSD não se refugiar no silêncio, e não basta uma auditoria [às contas da Madeira]. «Não paramos de saber situações de elevada gravidade, que custam muito ao bolso dos portugueses. É altura de o primeiro-ministro e líder do PSD se pronunciar de uma forma peremptória e esclarecer se mantém ou não a confiança política em Alberto João Jardim», frisou.

«Se o primeiro-ministro e presidente do PSD mantêm o apoio político a Alberto João Jardim será conivente com uma situação de elevada gravidade. O país tem de exigir sanções a uma pessoa que esconde desde 2003 mais de mil milhões de euros, e o que estará mais por se saber», advertiu o secretário-geral do PS.

«Não se pode exigir aos portugueses que paguem mais caro a luz, o gás e os transportes, que as pessoas que vivem dos seus rendimentos tenham de pagar [como imposto suplementar] uma parte substancial do seu subsídio de Natal e, depois, Alberto João Jardim, o candidato de Pedro Passos Coelho na Madeira, continue a vangloriar-se com irresponsabilidade da despesa que faz e a dizer que se trata apenas de actos de gestão pública», acrescentou.

Alberto João Jardim ainda não reagiu às notícias que dão conta de um novo buraco, mas ainda esta sexta-feira afirmou que «não vai parar» os projectos que estão já em andamento: «Nem paro com as obras, nem despeço ninguém».

A revelação do INE suscitou já várias reacções com o próprio Presidente da República a considerar que «ninguém está imune aos sacrifícios».

Já o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, confessou-se «surpreendido». e o CDS-PP pediu que os eleitores não deixem de fazer um «julgamento político» de Jardim nas próximas eleições.



O projecto de resolução do Bloco de Esquerda que previa uma auditoria externa às contas da Madeira foi esta sexta-feira a votos na Assembleia da República, mas foi chumbado com os votos do PSD e do CDS-PP.
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