Estabilidade dos mercados é essencial para viabilizar privatizações - TVI

Estabilidade dos mercados é essencial para viabilizar privatizações

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Estado não deveria vender em períodos de baixa

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A situação dos mercados financeiros e possíveis consequências para a economia real vão condicionar as privatizações previstas para 2009, que incluem venda de participações na Galp, TAP, ANA e Inapa, dizem alguns economistas contactados pela agência «Lusa».

Para o economista e antigo ministro das Finanças, Eduardo Catroga, «a política de privatizações para 2009 vai estar condicionada pelo contexto económico e financeiro desse ano», antecipando que "esse contexto vai ser mais difícil do que o de 2008".

«O Estado, para defesa dos contribuintes, não deve vender em períodos de baixa», sublinhou.

Segundo o ex-ministro, «o programa (de privatizações) deve ser devidamente reavaliado ao longo de 2009».

Estado deve ter óptica estratégica para o país

Sobretudo, frisou, o Estado «não deve vender com uma óptica meramente financeira, de impacto na dívida pública. Deve também ter uma óptica estratégica para o país».

O economista-chefe do Banco Santander, Rui Constantino, acredita que «os mercados accionistas vão recuperar» e que a recta final de 2009 pode ser um período de oportunidades.

«Mesmo os cenários mais pessimistas que temos para o próximo ano não afastam a possibilidade de que no segundo trimestre do próximo ano, mais precisamente no quarto trimestre, já estejamos num cenário de recuperação económica, ligeira», disse Rui Constantino.

Assim, concretizou, «passada esta fase de maior aversão ao risco vamos ver alguns investidores a ver que há algumas oportunidades em alguns sectores».

Restrições ao mercado de crédito

Nesse contexto como pode correr o plano de privatizações? «Apesar do actual momento negativo - o mercado caiu 50 por cento desde o início do ano - no próximo ano não é expectável um movimento idêntico», afirmou Rui Constantino.

Cristina Casalinho, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, considera que um bom cenário para as privatizações previstas pelo Governo passa necessariamente «pela estabilização dos mercados financeiros» e «um alinhamento em tudo o resto».

Ou seja, boas «perspectivas económicas e o fim das restrições ao mercado de crédito».
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