Opinião: «Sócrates não tem vergonha na cara» - TVI

Opinião: «Sócrates não tem vergonha na cara»

Marques Mendes

Marques Mendes considera que o primeiro-ministro usou a PT para limpar a sua própria imagem

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Marques Mendes acusa José Sócrates de «não ter vergonha na cara» ao utilizar a golden share do Estado na PT para vetar o negócio da Vivo.

«Então não foi este primeiro-ministro que se bateu arduamente pelo Tratado de Lisboa? Que impediu que o Tratado de Lisboa fosse referendado? Então estes princípios contra as golden shares não estão inscritos no Tratado de Lisboa? Não se pode ser pelas regras da União Europeia num dia e no outro não, consoante dá jeito», comentou, na TVI24.

Frisando que Sócrates «está a perder popularidade e a descer nas sondagens», Marques Mendes considera que o primeiro-ministro «não está a defender a PT nem o interesse nacional; está a servir-se da PT para limpar a sua imagem».

«Mas o tiro saiu-lhe pela culatra. Tive acesso a duas sondagens que vão sair nos próximos dias e que mostram que o PS continua a cair e o PSD consolidou a subida», acrescentou.

Daí que a decisão de Bruxelas sobre a ilegalidade da utilização da golden share neste negócio tenha sido, para o ex-presidente do PSD, «esperada» e «correcta», porque utilizá-la era «batota».

«As golden shares não são solução para ninguém numa economia de mercado. Não é aceitável que o Estado privatize uma empresa, receba encaixe financeiro e depois continue a mandar nessa empresa. É compreensível que diga que há um sector ou uma empresa estratégica, mas aí o Estado ou não privatiza, ou não privatiza a maioria do capital», explicou.

Marques Mendes criticou José Sócrates por «dar a impressão que a Vivo é fundamental para a independência nacional». «É o reino do disparate e da demagogia. A Vivo é importante, mas há vida para além da Vivo», disse.

«O que me choca mais neste primeiro-ministro é o contraste: acha mal que a PT e os seus accionistas encaixem mais de sete mil milhões de euros, mas já acha muito bem ir buscar ao bolso dos portugueses mais dois mil milhões de euros com novo aumento de impostos», sublinhou.
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