Opinião: «Este Governo está em decomposição acelerada» - TVI

Opinião: «Este Governo está em decomposição acelerada»

Marques Mendes, no habitual comentário do TVI24, prevê que o Executivo caia «no segundo semestre de 2011»

Marques Mendes previu, esta quinta-feira, no habitual comentário no TVI24, que o actual Governo não chegue ao fim de 2011. O comentador considerou que devemos voltar a ter eleições legislativas no início de 2012.

«Este Governo está em decomposição acelerada. Está sem uma linha de rumo. Não tem condições para continuar, até fazer o seu mandato. Tem-se uma sensação de fim de regime, de fim de ciclo. (¿) Acho que este Governo cai no segundo semestre do próximo ano, de 2011. Provavelmente, por causa do Orçamento de Estado a ser debatido no Parlamento. Teremos eleições antecipadas aí no início de 2012», disse.

Só não temos eleições legislativas antes, considerou o comentador, porque «estamos no pico de uma crise e temos eleições presidenciais à porta. Acrescentar mais umas eleições, nem pensar». Além disso, prevê Marques Mendes, o PSD vai querer preparar-se para constituir uma verdadeira alternativa de governo. «Acho que é uma atitude responsável não ter pressa e é uma atitude inteligente», sublinhou.

«Esta comissão devia ter ido mais longe»

Marques Mendes falou também do relatório da comissão de inquérito e da promessa do PSD de aprovar o documento. O comentador sublinhou que esta comissão «fica muito mal na fotografia». «Acho que poderia ter ido mais nas inquirições e nas audições que fez, se tivesse consultado, analisado, levado em atenção os documentos que lá estão, enviados pelos magistrados de Aveiro», criticou.

«Chegámos a esta situação em que esta comissão fica mal na fotografia hoje e pode ficar ainda pior no futuro. (¿) Daqui a algum tempo, o processo que deu origem a tudo isto vai deixar de estar em segredo de Justiça. Tudo isto se torna público e as pessoas vão querer saber o que lá está. Nessa altura, pode concluir-se que lá estavam elementos que permitiriam à comissão, se quisesse, ir mais longe e ela não foi», alertou.

Sobre a hipótese que o PSD chegou a levantar e já abandonou de avançar com uma moção de censura, na sequência das conclusões desta comissão de inquérito, Marques Mendes foi peremptório: «não faz sentido misturar uma moção de censura com as conclusões, mesmo que elas fossem outras. (¿) Não podemos acrescentar uma crise política à grave crise económica e financeira que temos. Isso seria brincar com o fogo».

«As SCUT introduzem uma grande injustiça»

O comentador do TVI24 falou ainda das portagens nas SCUT, para dizer que o Governo «tem razão em parte». «As SCUT introduzem esta grande injustiça: pagamos todos, mas só beneficiam alguns. (¿) Uma pessoa que vive em Trás-os-Montes e raramente vai ao Algarve não pode estar a pagar aquela auto-estrada», exemplificou.

Mas Marques Mendes recordou também que o Governo só vai introduzir portagens em três auto-estradas e deixa quatro de fora. E sublinhou: «Não somos um país rico. Não podemos actuar como se fossemos um país rico e depois produzir como se fossemos um país pobre. Não nos podemos dar ao luxo de gastar 700 milhões de euros por ano, durante esta pancada de anos com esta situação».
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