Cursos técnicos que sirvam as empresas - TVI

Cursos técnicos que sirvam as empresas

  • Portugal Diário
  • 1 mar 2008, 14:33

Ministério que abrir cursos com especialização tecnológia

O Ministério do Ensino Superior quer abrir cursos de especialização tecnológica na região de Lisboa para responder às necessidades das empresas em matéria de mão-de-obra com formação técnica, à semelhança do que já acontece noutras regiões, escreve a Lusa.

«É indispensável disponibilizar uma oferta de cursos de especialização tecnológica na área de Lisboa e a região [de Vila Franca de Xira] é uma região teste na qual se vai trabalhar com as empresas para se desenvolver os cursos de especialização tecnológica», disse Mariano Gago sexta-feira à noite na Póvoa de Santa Iria.

O governante falava após uma reunião com oito administradores de empresas sedeadas neste concelho, que lhe comunicaram a necessidade que têm de recursos humanos com formação técnica após o 12º ano.

A formação pretendida pelos empresários é a ministrada ao nível dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), de um ano, seguido de seis meses de estágio profissional numa empresa.

O ministro explicou que estes cursos já foram lançados há mais de um ano e tiveram grande adesão junto de zonas industriais como Aveiro e Leiria, mas «ainda tinham pouca oferta na zona de Lisboa».

«É imperioso desenvolver essa oferta porque existe necessidade», concluiu o ministro em declarações aos jornalistas após o encontro com os administradores.

O ministro adiantou que já foi estabelecido um calendário de trabalho que vai começar com a identificação das necessidades das empresas.

De seguida haverá uma reunião com as instituições do ensino superior, sendo depois proposto ao ensino superior politécnico a criação dessa formação em associação com as empresas.

«A experiência que temos pelo país é que são jovens que ficam imediatamente empregados», disse Mariano Gago, acrescentando que os estudantes, que fazem estes cursos após o 12º ano, ficam depois com a possibilidade de tirar uma licenciatura sem terem de fazer exames de acesso ao ensino superior.

Por seu lado, os empresários afirmaram que necessitam de trabalhadores para operar nas indústrias com formação nas áreas de química, mecânica, electrotécnica e electrónica.

«Ao todo precisamos de uns 15 elementos», disse João Domingues da empresa Biovegetal.

A administradora da Ferro - Indústrias Químicas SA, Maria do Carmo Carola, também presente na reunião, disse que «acabam por ser as próprias empresas a dar a formação porque a preparação nas escolas é muito diminuta».

«As nossas necessidades passam essencialmente pela área da engenharia química, há muita dificuldade em contratar pessoal com alguma especialização», afirmou a administradora.

«A falta de mão-de-obra tem afectado sobretudo a produtividade porque o tempo que poderíamos estar a produzir estamos a ensinar», explicou Maria do Carmo Carola.

O ministro disse ainda que outro ponto abordado com os empresários foi a falta de licenciados em engenharia nalgumas especialidades.

«Em algumas empresas existem planos de ampliação muito significativos e que vão exigir mais de uma centena de engenheiros e há o problema de conseguir encontrá-los», constatou Mariano Gago.

O ministro adiantou que o ministério vai «agilizar os mecanismos de apoio à contratação de doutorados pelas empresas», sublinhando que estão em formação de doutoramento mais de três mil jovens em Portugal e no estrangeiro.

«Seria muito interessante para as empresas conhecerem estes jovens para os contactarem directamente mesmo antes de acabarem o doutoramento porque disso depende o desenvolvimento de novos produtos dessas empresas».
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