O grupo de trabalho que vai avaliar eventuais dificuldades na área da formação dos médicos terá um prazo de quatro meses para que as decisões sejam aplicadas no próximo ano letivo, revelou hoje o ministro da Saúde.
“É um trabalho que tem um prazo relativamente curto, um prazo de 120 dias, quatro meses e, qualquer decisão que se venha a tomar, terá impacto no próximo ano letivo e já não neste”, realçou o titular da pasta da Saúde, Manuel Pizarro.
O governante respondia a questões colocadas pelos jornalistas, em Évora, sobre o funcionamento do grupo de trabalho conjunto a criar entre o Ensino Superior e a Saúde, anunciado pela ministra Elvira Fortunato na RTP3, no domingo.
De acordo com o número de vagas do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, divulgado no domingo pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tutelado por Elvira Fortunato, “a generalidade dos cursos de Medicina mantém o mesmo número de lugares, que totalizam 1.541 vagas”, pode ler-se na edição ‘online’ do semanário Expresso.
As sete novas vagas são nas universidades de Coimbra (cinco) e do Minho (duas), noticia o jornal.
Nas declarações em Évora, o ministro da Saúde voltou a destacar que, além deste alargamento de sete vagas, “serão plenamente utilizadas as vagas da quota de 15% que existe para pessoas já com licenciatura poderem também ter mestrado em medicina”.
Assinalando que “essas vagas não têm sido todas ocupadas”, Manuel Pizarro referiu que as que ficarem por ocupar “serão alargadas a um contingente geral e isso significará um alargamento entre os 150 a 200 novos alunos”.
“Acho que é uma capacidade razoável que também tem que ter em conta a capacidade formativa das faculdades, que também não é infinitamente elástica”, sublinhou.
Questionado pelos jornalistas sobre a solução para os concursos para médicos deixarem de ficar vazios, o governante disse que, no caso dos cuidados de saúde primários, é preciso “criar mais unidades de saúde familiar” e adotar o “modelo de remuneração associado ao desempenho”.
Já em relação às especialidades hospitalares “não há dúvida nenhuma que temos que alargar a formação de jovens especialistas em muitas áreas”, admitiu, notando que a medicina, atualmente, “precisa muito mais de especialistas do que precisava anteriormente”.
“Temos que os formar, estamos a fazê-lo e, depois, temos que os atrair. No caso do Alentejo, não tenho dúvida nenhuma que o novo Hospital Central do Alentejo vai ser, em si mesmo, um fator de atração de novos profissionais”, afirmou.
Sobre as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Alentejo Central, Manuel Pizarro reconheceu que a falta de médicos de família “é a preocupação mais imediata”.
“É aquela que se nota mais. Quando não há médico de família, as pessoas têm dificuldade de acesso, reclamam e isso é o problema que, no imediato, é mais sensível, mas infelizmente temos outras dificuldades”, salientou.
O ministro falava aos jornalistas no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), após o encerramento da iniciativa Saúde Aberta, do Ministério da Saúde, dedicada ao Alentejo Central.
No âmbito da iniciativa, Manuel Pizarro e os secretários de Estado da Saúde e da Promoção da Saúde, Ricardo Mestre e Margarida Tavares, respetivamente, percorreram os 14 concelhos do território.