Empresa vende ilha no Tejo por 140 milhões - TVI

Empresa vende ilha no Tejo por 140 milhões

Mouchão da Póvoa está à venda na Internet

O mouchão da Póvoa, no Tejo, está à venda na Internet por cerca de 140 milhões de euros, como ilha «rara» com perspectivas de investimento que prevê a construção de um «resort» e um luxuoso hotel e spa, noticia a agência Lusa.

A empresa Private Islands tem à venda na internet aquela que é a «bonita» e «rara» ilha situada a 300 metros da costa de Lisboa, «apenas» a seis quilómetros do aeroporto da capital, com uma proposta de construção de um «resort» de golf, com vários e «luxuosos» apartamentos, e com a possibilidade de a ilha albergar uma «pequena marina e pelo menos um luxuoso hotel e spa».

É igualmente referido que «os poderes central e local estão empenhados no desenvolvimento da ilha» e salienta que «as negociações para futuros desenvolvimentos estão em fase inicial» e, por tal, o projecto pode ser modificado «muito facilmente».

Empresários de origem árabe estariam interessados em investir no mouchão

O mouchão da Póvoa é uma extensa ilha no estuário do Tejo, de propriedade da imobiliária Agrupol S.A., que tem conhecimento desta venda na internet e de uma informação recente de que empresários de origem árabe estariam interessados em investir no mouchão.

«Um dos proprietários de um grupo inglês [que tentou negociar a compra do mouchão] tem ligação a um empresário casado com uma descendente árabe», grupo esse que «tem ligação com a Private Islands», disse fonte da Agrupol S.A.

Neste sentido, a mesma fonte disse ainda à Lusa que «o grupo inglês ficou na posse de alguns elementos que permitiam colocar o mouchão à venda», mas garantiu que «nunca» será vendido por esse valor, salientando a «palavra final» dos proprietários.

Contactado pela Lusa sobre se é possível algum tipo de construção, em termos gerais, o movimento cívico Xiradania considera que «o mouchão deve retornar à actividade agro-pecuária, como actividade económica predominante, no respeito de uma agricultura auto-sustentável».

O presidente da junta da Póvoa de Santa Iria afirmou à Lusa que «não se pode construir de qualquer forma [no mouchão]», visto ser «uma zona que tem um conjunto de normas» e «regras».

Fonte da câmara de Vila Franca referiu que o mouchão se insere na «área de intervenção do Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Estuário do Tejo [PORNET]».

A mesma fonte adiantou que o PDM (Plano Director Municipal) de Vila Franca está em revisão, visando-se «manter a integridade física dos mouchões e dos seus habitats naturais», nomeadamente «através da contenção dos processos erosivos que ameaçam a sua estabilidade» e «da promoção de actividades sustentáveis», sendo que o turismo de natureza é «o que melhor se adequa».

O actual proprietário defende o investimento no mouchão, como a «criação de infra-estruturas», para que este seja «auto-sustentável» e «a partir daí poder-se seguir com projectos de índole turístico».

Luís Costa, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, disse à Lusa que o mouchão «tem aves que lá nidificam» e «projectos de turismo rural ou de contacto humano não parece ser positivo», visto aquela ser «uma zona de refúgio que vale da pacatez e da ausência da acção humana».
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