Aborto: anonimato não pode ser quebrado - TVI

Aborto: anonimato não pode ser quebrado

  • Portugal Diário
  • 8 jan 2007, 18:37

Defende o Movimento «Médicos pela escolha», que alega sigilo profissional

O movimento «Médicos pela escolha», que defende o «sim» no referendo sobre a despenalização do aborto e foi formalizado esta segunda-feira, afirmou que o anonimato das mulheres que peçam para interromper a gravidez nunca poderá será quebrado, escreve a Lusa.

De acordo com o jornal Diário de Notícias, o ministro da Saúde, António Correia de Campos, declarou no dia 4 em entrevista à estação televisiva SIC que se o «sim» ganhar o Serviço Nacional de Saúde não poderá garantir o anonimato de quem interromper a gravidez.

Questionado pelos jornalistas sobre as palavras do ministro, o mandatário do movimento «Médicos pela escolha» Vasco Freire considerou que estas «foram mal interpretadas» porque «nenhum profissional de saúde vai deixar de respeitar o sigilo profissional».

«É uma falsa questão. Um dos princípios médicos mais importantes é o si gilo profissional. Nenhum profissional de saúde vai quebrar o sigilo em relação a uma mulher que vai efectuar uma interrupção voluntária da gravidez», disse, acrescentando que as informações pessoais dadas nos hospitais são para efeitos estatísticos e confidenciais.

Vasco Freire, interno de medicina geral e familiar, falava à saída da Comissão Nacional de Eleições (CNE), onde os «Médicos pela escolha» entregaram mais de dez mil assinaturas e uma lista de 43 mandatários para formalizar a sua participação na campanha para o referendo de 11 de Fevereiro.

Confrontado com o argumento da plataforma «Não obrigada» de que o dinheiro do Estado não deve ser canalizado «para quem não está doente», usado, entre outros, pela dirigente do CDS-PP Maria José Nogueira Pino, os «Médicos pela escolha» responderam que «o Estado também gasta dinheiro com a gravidez e a gravidez não é doença».

«Tem de se tratar da saúde da mulher. Saúde não é ausência de doença, é o bem-estar físico e psicológico», contrapôs a médica Mara Carvalho.

Vasco Freire prometeu da parte dos «Médicos pela escolha» uma campanha «séria, frontal, verdadeira e honesta» e apelou ao «voto consciente».
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