O presidente da FIFA, Gianni Infantino, voltou esta terça-feira a apelar às principais emissoras televisivas europeias que paguem um preço justo pelos direitos de transmissão do Mundial feminino, competição na qual participará pela primeira vez a seleção portuguesa.
Numa altura em que ainda não está garantida a transmissão da competição, a disputar na Austrália e Nova Zelândia, para a Europa, Infantino criticou o desinteresse das emissoras, nomeadamente as dos países com as ligas mais competitivas – Espanha, França, Inglaterra, Itália e Alemanha –, classificando as propostas existentes como «dececionantes».
«É nossa obrigação moral e legal não subestimar o Mundial feminino de futebol. Se as ofertas continuarem a não ser justas, seremos forçados a não transmitir a competição para os países europeus das big five [as cinco principais ligas]», destacou o dirigente.
O apelo de Infantino foi feito em Genebra durante uma reunião com a líder da Organização Mundial do Comércio, e reiterado num comunicado divulgado pelo organismo que gere o futebol mundial.
O presidente da FIFA afirmou que «as emissoras públicas, em particular, têm o dever de promover e investir no desporto feminino», lembrando que o organismo que lidera aumentou para 143 milhões de euros os prémios e compensações da competição, triplicando o valor atribuído no último Mundial, em 2019.
Infantino reconheceu que devido à diferença horária as transmissões dos jogos na Europa podem não ter o melhor timing, mas considerou que isso «não pode servir como desculpa».
«Transmitir jogos às 9h00 ou 10h00 da manhã na Europa já é razoável. Para as emissoras pode ter menos sentido em termos económicos, porque as audiências estão lá», acrescentou.
Caso não sejam alcançados acordos de transmissão, a FIFA está a estudar a possibilidade de transmitir os jogos da competição, que decorrerá entre 20 de julho e 20 de agosto, numa plataforma online.
A seleção portuguesa vai dar o pontapé de saída frente aos Países Baixos (23 de julho), depois vai defrontar o Vietname (27 de julho) e, no último jogo do grupo E, os Estados Unidos (1 de agosto).